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Epigenética. O estilo de vida dos pais influencia o feto

Alimentação, tabaco ou álcool podem alterar a informação genética transportada pelos espermatozoides.

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Por Soline Roy – Le Figaro

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A ciência agora tem certeza: uma criança é fabricada… por duas pessoas!

Já se sabia que o ambiente – físico, emocional, mental – em que vive a mãe é crucial para o desenvolvimento do feto. Descobrimos agora que “o estilo de vida e a idade do pai podem influenciar as moléculas que controlam as funções genéticas. Um pai pode afetar seus descentes diretos assim como as futuras gerações”, explica a Dra. Joanna Kitlinska. Especialista em bioquímica e biologia celular e molecular na Universidade Georgetown (Washington), ela assina no American Journal of Stem Cells, uma revisão da literatura que existe sobre o assunto.

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Nosso patrimônio genético não é tudo. Os genes contêm as “palavras” (DNA) que permitem a passagem às várias moléculas das ordens necessárias para o bom funcionamento do organismo. Mas outra “camada” de informação modifica a maneira como a informação será entregue ou interpretada, sem alterar o próprio DNA. É isso que estuda a epigenética.

Modificação das histonas

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Imagine: você (o gene) diz para uma criança (a célula) “Você come seu prato.” Se um ruído mascarou sua voz, a criança pode ouvir “você guarda seu prato”; é a “metilação do DNA”, processo no qual uma enzima (tipo de proteína) faz “silenciar” um gene. Sua frase também pode ser pronunciada com várias entonações (interrogação, ordem…); trata-se dos “micro ARN”, pequenos mensageiros que transmitem (e às vezes transformam) a ordem do DNA. Finalmente, se a criança ainda sonha um pouco com o conto de fadas que você acabou de ler, ela poderá acreditar que deve devorar o próprio prato; trata-se de uma “modificação das histonas”, uma proteína que empacota o DNA no núcleo, que deve supostamente desaparecer durante a espermatogênese, mas algumas persistem, carregando com elas um pouco de informação genética.

Durante sua fabricação, o espermatozoide está sujeito a estas alterações que serão transmitidas para a criança concebida. Mas dados epidemiológicos sugerem que “o período no útero, a pequena infância e a adolescência são janelas durante as quais o ambiente pode afetar a maturação das células germinativas na origem dos futuros espermatozoides”, explica Romain Barrès, pesquisador na Universidade de Copenhague e coautor em 2015, de trabalhos sobre alterações nos espermatozoides em homens obesos após a cirurgia bariátrica.

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Sistema dinâmico

Estas alterações epigenéticas são muito úteis. “Contrariamente ao código genético, relativamente estático, é um sistema que, a partir do mesmo código, permite, por exemplo, “dizer” para uma célula-tronco destinada a produzir tecido do fígado para que produza tecido do fígado, e não tecido do pulmão” explica Romain Barrès. Elas poderiam fornecer ao bebê, “armas” para enfrentar o mesmo ambiente que seus pais. Mas, às vezes, elas provam ser desnecessárias, até deletérias.

Sabemos especialmente que a idade do pai no momento da concepção e os fatores ambientais aos quais ele está ou foi exposto (alimentação, tóxicos como o tabaco, irradiação, estresse…) entram em jogo. Os autores detalham especialmente os trabalhos sobre a influência do consumo de álcool. O risco de  alcoolização fetal em crianças cuja mãe bebeu durante a gravidez é bem conhecido e é facilmente explicado pelo fato que o álcool atravessa a placenta para chegar praticamente “intacto” ao feto. Mas, pelo jogo da epigenética, o consumo de álcool pelo pai antes da concepção não parece ser inócuo. Estudos têm demonstrado que a ingestão crônica de álcool pelo pai podia ocasionar na criança, uma cascata de eventos ativando genes que deveriam permanecer silenciosos, e isso, mesmo na ausência de qualquer consumo de álcool pela mãe, antes e durante a gravidez.

Em outros estudos, camundongos cujos genitores tinham sido expostos ao álcool eram menores no nascimento, nadavam menos ou tinham dificuldades em aprender novas tarefas.

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