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Favela destruída quer renascer no mesmo lugar

Após incêndio que destruiu favela do Piolho, na avenida jornalista Roberto Marinho, 600 moradores indicam que pretendem continuar no local; eles se aglomeravam em terreno de mil metros quadrados, controlado pelo tráfico de drogas; poder público tem oportunidade de urbanizar espaço, como já ocorreu na mesma avenida, diante da ponte Estaiada e na diagonal da sede da Rede Globo em São Paulo

Após incêndio que destruiu favela do Piolho, na avenida jornalista Roberto Marinho, 600 moradores indicam que pretendem continuar no local; eles se aglomeravam em terreno de mil metros quadrados, controlado pelo tráfico de drogas; poder público tem oportunidade de urbanizar espaço, como já ocorreu na mesma avenida, diante da ponte Estaiada e na diagonal da sede da Rede Globo em São Paulo (Foto: Ana Pupulin)
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Fernanda Cruz - Repórter da Agência Brasil - Moradores da Comunidade Sônia Ribeiro, conhecida como Morro do Piolho, planejam reconstruir seus barracos no mesmo local, que tem aproximadamente mil metros quadrados. As moradias foram atingidas por um incêndio durante a madrugada de hoje (8). No local, vivem entre 500 e 600 famílias, segundo estimativa da Defesa Civil do município.

De acordo com o capitão dos Bombeiros Mauro Antônio Brancalhão, 96 homens trabalharam para conter o incêndio – oito continuam no local. Além disso, foram usados 37 carros da corporação. O incêndio começou às 20h30 de ontem (7), e as chamas foram controladas por volta da meia-noite. Desde então, os bombeiros atuam no rescaldo. Duas pessoas se feriram levemente – uma por intoxicação da fumaça e outra teve queimaduras de segundo grau nos membros inferiores. Um terceiro morador passou por crise nervosa.

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Até as 9h30, haviam sido cadastradas 219 famílias desabrigadas para integrar os programas sociais de moradia da prefeitura. Moradores formaram filas para receber colchões, cestas básicas e kits de higiene que eram distribuídos pela Secretaria de Assistência Social.

A maioria das famílias, porém, permanecia nas ruas em volta da comunidade, localizada entre a Avenida Roberto Marinho e a Rua Cristóvan Pereira, área nobre da zona sul da cidade. Eles temem perder os pertences que conseguiram salvar do fogo e que pessoas de outras comunidades invadam o local.

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Entre os que planejam a reconstrução de seus barracos, está Tiago Leandro de São Francisco, zelador, de 18 anos. "Pretendo continuar aqui. Espero que ajudem todo mundo com moradia, alimentação, assistência. Muitos perderam tudo, não conseguiram tirar nada."No dia 3 de setembro de 2012, há praticamente dois anos, um incêndio atingiu a comunidade. Segundo a Coordenadoria da Defesa Civil da subprefeitura de Santo Amaro, a prefeitura de SP estava em negociação com os moradores para construir uma rua na comunidade, que funcionasse como saída de emergência para facilitar a entrada do caminhão dos Bombeiros, mas o diálogo não avançou.

Desta vez, além do sofrimento de perder suas moradias, as famílias enfrentaram um conflito entre traficantes e a Polícia Militar. Segundo o capitão do Corpo de Bombeiros, traficantes não permitiram a entrada da corporação para apagar o fogo. "Tivemos que recuar até eles saírem do local e a gente começar os trabalhos. Teve ameaças, mas a orientação que é dada aos bombeiros, em circunstâncias como essas, é primeiro cuidar da segurança pessoal", disse. Um efetivo da Polícia Militar foi enviado e permanece na comunidade enquanto é feito o rescaldo.

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O morador Tiago conta que presenciou o momento do confronto. "Estava dormindo. Quando acordei, as chamas já estavam estalando. Tentei ajudar, mas tudo começou por causa de um fio [curto-circuito], pegou no colchão e o fogo começou. O vento começou a alastrar o fogo. Nessa correria toda, chegaram os policiais. Foi uma guerra. Teve uma luta, de polícia e bandido. Tudo mundo no chão. O fogo foi se alastrando, explodindo bujão", relatou.

A Defesa Civil confirmou que a principal hipótese sobre o que causou o incêndio foi um curto-circuito, uma vez que a comunidade tem diversas instalações elétricas clandestinas. O capitão do Corpo de Bombeiros informou que o incêndio afetou apenas os barracos de madeira e papelão. "As outras residências que são de alvenaria não estão em risco", disse. Agentes da subprefeitura vão vistoriar o local, assim que terminar o rescaldo.

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O capitão informou ainda que outro problema dificultou no momento de apagar o fogo: a falta de água. "Os hidrantes públicos em torno do incêndio, num primeiro momento, estavam sem água. Fizemos o contato com a Sabesp [Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo], que fez uma manobra da rede hídrica do local, aí começamos a abastecer nossas viaturas por esses hidrantes públicos."

Moradores estouraram os canos da rua na tentativa de auxiliar os Bombeiros no combate às chamas. Eles relataram, porém, que não havia água no momento do incêndio.

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Os bombeiros tiveram de buscar ajuda em condomínios próximos. "Quando nos constatamos que estava sem água, faz parte do procedimento utilizar a rede hidráulica dos prédios. Então, os prédios vizinhos nos forneceram água para o combate ao incêndio", declarou.

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