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Justiça Federal de Pernambuco avalia afastamento de ministro da Saúde

Ação civil pública movida pelo MPF-PE, que entre outras coisas pede o afastamento do ministro da Saúde Ricardo Barros, foi distribuída para a 3ª Vara da Justiça Federal no Estado; procuradora da República Silvia Regina Pontes Lopes pede que seja mantido contrato firmado com a Hemobras; objetivo é impedir eventual transferência de tecnologia para processamento de plasma para o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), o que tem sido defendido publicamente pelo Ministério da Saúde.; ministro é casado com Cida Borghetti (PP), vice-governadora de Beto Richa (PSDB-PR) e exerce influência no estado

Ação civil pública movida pelo MPF-PE, que entre outras coisas pede o afastamento do ministro da Saúde Ricardo Barros, foi distribuída para a 3ª Vara da Justiça Federal no Estado; procuradora da República Silvia Regina Pontes Lopes pede que seja mantido contrato firmado com a Hemobras; objetivo é impedir eventual transferência de tecnologia para processamento de plasma para o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), o que tem sido defendido publicamente pelo Ministério da Saúde.; ministro é casado com Cida Borghetti (PP), vice-governadora de Beto Richa (PSDB-PR) e exerce influência no estado (Foto: Paulo Emílio)
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Rede Brasil AtualA ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal de Pernambuco (MPF-PE), que entre outras coisas pede o afastamento do ministro da Saúde Ricardo Barros, foi distribuída para a 3ª Vara da Justiça Federal do mesmo estado. Ali são julgadas causas em que a União, autarquias ou empresas federais estão envolvidas, como autoras ou rés, em crimes relacionados a bens, serviços ou interesses relacionados ao governo federal. Ainda não há informações sobre a tramitação do processo. O ajuizamento da ação foi divulgado pelo MPF na última segunda-feira (16).

Na ação movida contra a União, a procuradora da República Silvia Regina Pontes Lopes pede que seja mantido contrato firmado com a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobras). O objetivo é impedir eventual transferência de tecnologia para processamento de plasma para o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), o que tem sido defendido publicamente pelo Ministério da Saúde.

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O ministro Ricardo Barros é deputado federal pelo Partido Progressista do Paraná, tendo se licenciado para comandar a pasta assim que Temer assumiu o governo. Defensor do "encolhimento do SUS" e dos planos de saúde "acessíveis" – mais baratos porque só cobrem consultas e exames baratos, deixando procedimentos caros justamente para o serviço público – o paranaense também está por trás da reforma da atual lei dos planos de saúde, que vai prejudicar os usuários e favorecer os empresários do setor.

É casado com Cida Borghetti (PP), vice-governadora de Beto Richa (PSDB) no Paraná e exerce influência no estado.

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Engenheiro civil e empresário, foi prefeito de Maringá. É filho do ex-prefeito de Maringá Silvio Magalhães Barros e irmão do também ex-prefeito Silvio Barros. Foi secretário de Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul do Paraná de 2011 a 2014, primeira gestão de Richa.

Teve seu nome ligado ao uso irregular de recursos federais na empresa Magalhães Barros Radiodifusão Ltda., e o processo ainda tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). Foi condenado ainda pelo Tribunal de Justiça do Paraná por ofensa ao princípio da moralidade por dispensa de licitação e simulação na venda de maquinários públicos (coletores de lixo) em 1991, quando gestor de Maringá.

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Hemobrás
Em agosto, o MPF expediu recomendações contra a nomeação para cargos de gestão no âmbito da Hemobrás ou do Ministério da Saúde de pessoas vinculadas direta ou indiretamente a empresas privadas, interessadas na transferência de tecnologia de processamento de material plasmático (do sangue) ou de produção de hemoderivados, especialmente aquelas que já tenham atuado junto a empresas farmacêuticas.

Outra recomendação reforçou que qualquer transferência da tecnologia de processamento de plasma e produção de hemoderivados deveria seguir o que estabelece a Lei de Licitações e Contratos ou legislação que regula a Parceria Público-Privada.

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Em setembro, o MPF obteve na Justiça Federal decisão que obriga a União a adotar, em até seis meses, medidas necessárias para contratação de indústria fracionadora de plasma, para atender à demanda por estoques na Hemobras.

De acordo com a procuradora da República, na ação, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, assumiu publicamente o interesse em levar o "mercado de sangue" para o Paraná. E busca "esvaziar atribuições" institucionais da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia para atrair a seu estado (PR) a produção e industrialização de hemoderivados essenciais ao Sistema Único de Saúde (SUS), atualmente produzidos pela estatal.

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"O intento do Ministério da Saúde viola frontalmente os princípios da Administração Pública inscritos na Constituição da República, notadamente o da eficiência e moralidade", destaca a procuradora da República.

Impactos
Para o MPF, a contratação do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) comprometerá 90% do orçamento da empresa pública. A procuradora da República argumenta que "a conduta de contratação em caráter de urgência da Tecpar é fruto da omissão do próprio ministro em dar continuidade a projeto de transferência de tecnologia que implicou investimentos em torno de R$ 1 bilhão para a viabilização da Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP)".

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Destaca ainda que o MS sequer analisou proposta encaminhada pela Shire, empresa contratada pela Hemobras para viabilizar a continuidade da PDP. "A omissão perdura por quatro meses e implica engavetamento da PDP, ao ferir a legislação que rege o processo administrativo, que prevê prazo máximo de 30 dias de resposta à proposta", reforça.

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