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Na Zona da Mata, pai ficha-suja governa com filho

Jairo de Cássio Teixeira, o Jairinho, mesmo condenado por corrupção e impedido de candidatar-se na última eleição, encontrou uma brecha: seu filho foi eleito prefeito de Caputira pelo PTB, no interior mineiro, e despacha frequentemente com ele na prefeitura. “Só estou gerenciando”, explica

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Minas 247 - No interior de Minas, na pequena Caputira, na Zona da Mata, um modo de driblar a Lei Ficha Limpa. Jairo de Cássio Teixeira, o Jairinho, mesmo condenado por corrupção e impedido de candidatar-se na última eleição, encontrou uma brecha: seu filho foi eleito prefeito de Caputira pelo PTB, no interior mineiro, e despacha frequentemente com ele na prefeitura. “Só estou gerenciando”, explica.

Leia trecho da reportagem de Daniel Camargos para o jornal Estado de Minas:

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Jairo de Cássio Teixeira, o Jairinho, é um político ficha-suja. Foi condenado por corrupção e não se candidatou na última eleição por estar impedido pela Lei Ficha Limpa. Mas mesmo sem ter sido eleito pode ser encontrado na Prefeitura de Caputira, na Zona da Mata, participando de reuniões e despachando nos moldes dos prefeitos que conquistaram nas urnas vagas nas administrações municipais. “Fico só duas vezes por semana, mas é meu filho que é o prefeito. Só estou gerenciando com ele”, afirma Jairinho. A reportagem do Estado de Minas ligou duas vezes para o gabinete do prefeito de Caputira e não encontrou o filho de Jairinho, o Wanderson do Jairinho (PTB). Segundo o pai, presente nas duas ocasiões, o eleito estava na vizinha Abre Campo, em reunião no fórum da comarca.

 Para o coordenador das promotorias eleitorais do Ministério Público de Minas Gerais, Edson Resende, a questão deve ser investigada, e, se for confirmada a atuação do ficha-suja no gabinete do filho, o prefeito eleito pode ser acusado de improbidade administrativa, pois está abdicando do cargo em favor de uma pessoa que não foi eleita. “Um estranho que não foi eleito não pode governar”, entende Resende.

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O político ficha-suja foi prefeito de Caputira, na Zona da Mata, distante 285 quilômetros de Belo Horizonte, por dois mandatos, de 2000 a 2008. “Fui condenado em um processo por causa de um problema em uma licitação, quando trabalhava na Prefeitura de Alvinópolis”, explica. O filho de Jairinho, Wanderson, de 26 anos, foi eleito com 45,49% dos votos válidos. O segundo colocado foi Tiãozinho (PTC), que foi o vice-prefeito de Jairinho quando ele esteve formalmente no poder. Quando questionado, Jairinho diz que não exerce a função de prefeito, pois precisa trabalhar na empresa dele, promotora de eventos. 

A promoção de eventos, aliás, foi o motivo de Jairinho ter sido acusado de participar de uma rede de fraudes pelo Ministério Público Federal (MPF). Ele teve os bens congelados em dezembro  junto com mais de uma dezena de políticos e empresários. São todos acusados pelo MPF de terem praticado irregularidades em 19 convênios para a realização de festas, firmados com o Ministério do Turismo entre 2007 e 2009.

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Juntos, os contratos movimentaram R$ 3,7 milhões. Dos convênios investigados pelo MPF e que são alvo da ação que determinou o bloqueio, 16 foram bancados com emendas de autoria do deputado federal João Magalhães (PMDB-MG). De acordo com o MPF, o congelamento dos bens tem por objetivo evitar que os acusados se desfaçam deles, garantindo assim o ressarcimento dos recursos desviados, em caso de condenação definitiva.

A investigação sobre irregularidades na aplicação das emendas parlamentares para a realização de festas no interior do estado teve início em 2008. O então procurador da República em Governador Valadares, Zilmar Drumond, começou a investigar uma licitação da Prefeitura de Central de Minas para a realização de uma festa na cidade. Muito antes da data prevista para o evento os artistas já haviam sido contratados e seus nomes estavam sendo anunciados nos cartazes de divulgação, que traziam a logomarca da empresa organizadora.

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