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Polícia indicia 16 por mortes no incêndio da Kiss

Nove dos 16 foram indiciados por homicídio doloso, em que a pessoa assume o risco de matar; segundo o inquérito, 34 pessoas se envolveram no incêndio da boate em Santa Maria (RS), que deixou 241 mortos na madrugada de 27 de janeiro; nove pessoas ainda foram acusadas de improbidade administrativa

Polícia indicia 16 por mortes no incêndio da Kiss (Foto: Ronald Mendes)
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Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil

Brasília - "Uma casa funcionando em absoluta irregularidade". Essa foi a principal causa do incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria (RS), disse hoje (22) o delegado Marcelo Arigony, que coordenou as investigações. Segundo ele, superlotação, inexistência de rotas de fuga, iluminação de emergência e ventilação ineficientes, extintores em locais errados e porta de saída inadequada contribuíram para a tragédia, que deixou 241 mortos e 623 feridos, há cerca de dois meses. O inquérito com os resultados das investigações foi entregue pela Polícia Civil à Justiça nesta sexta-feira.

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“O fator mais determinante é que nós tínhamos uma casa funcionando em absoluta irregularidade. Havia, para não dizer todas, diversas circunstâncias desfavoráveis que, somadas ao uso indevido de um fogo de artifício, gerou o fogo e fez com que as pessoas não conseguissem sair do local”, enfatizou, em coletiva de imprensa da Polícia Civil gaúcha, transmitida ao vivo pela internet.

Durante a entrevista, o delegado informou que 35 pessoas foram apontadas como suspeitas de envolvimento na tragédia, mas a assessoria de imprensa do órgão retificou o dado, informando que foram 34. Ao todo, 16 pessoas foram indiciadas, entre elas nove por homicídio doloso - quando a pessoa quis ou assumiu o risco de matar alguém - e três por homicídio culposo - quando não há intenção de matar.

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O delegado explicou que as investigações, que duraram 55 dias, confirmam que o fogo começou a partir de uma faísca de um fogo de artifício disparado pelo vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, pouco depois das 3h da madrugada de 27 de janeiro. Ao atingir a espuma, indevidamente instalada para isolamento acústico, foi liberado cianeto, substância tóxica, que, ao ser inalada, levou as pessoas à morte.

Segundo o delegado, 100% das necrópsias feitas pelo Instituto de Perícia Técnica indicaram morte das vítimas por asfixia.“Em poucas respirações as pessoas cambalearam, perderam os sentidos e, com isso, acabaram absorvendo níveis muito altos de carbono”, disse.

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O inquérito concluiu que o tipo de artefato era apenas para uso externo e custa cerca de R$ 2,50, muito menos do que um outro modelo, indicado para uso interno, que custa em média R$ 70. “Em detrimento da segurança e visando ao lucro maior foi utilizado o fogo de artifício mais barato”, enfatizou.

Segundo o delegado, em apenas 40 segundos após as pessoas perceberem que havia um incêndio, “o caos se instalou dentro da boate”.

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A polícia estima, com base em depoimentos e imagens de vídeos e fotos, que no momento do incêndio havia mil pessoas no local. Diante das irregularidades apuradas, para o delegado, não existiam condições nem para o limite indicado pelo laudo do Instituto de Perícia Técnica, que era 769 pessoas.

Ele também citou a existência de barras de ferro ou guarda-corpos próximos à porta de saída do estabelecimento, instaladas irregularmente, como um dos principais fatores que impediram as pessoas de deixarem a boate.

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“Muitos relatos apontam que as pessoas conseguiam chegar até as barras, mas depois não conseguiam se deslocar. Elas, na verdade, acabaram diminuindo a porta”, destacou.

O chefe da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, delegado Ranolfo Vieira Júnior, lembrou que as investigações levaram à produção do maior inquérito já feito pela corporação. Ao todo, são 13 mil folhas, distribuídas em 52 volumes.

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Edição: Carolina Pimentel

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