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Porto-alegrenses querem menos tráfego e mais lazer

As cinco vias fechadas para lazer nos domingos e feriados mudaram o mapa de recreação porto-alegrense, mas não são suficientes; de movimentos pelo uso da bicicleta ao projeto Vaga Viva, da busca pela criação de novas áreas para a prática esportiva à criação de ruas de lazer, projetos capitaneados pela sociedade civil buscam a ampliação do espaço público como uma área de convívio 

As cinco vias fechadas para lazer nos domingos e feriados mudaram o mapa de recreação porto-alegrense, mas não são suficientes; de movimentos pelo uso da bicicleta ao projeto Vaga Viva, da busca pela criação de novas áreas para a prática esportiva à criação de ruas de lazer, projetos capitaneados pela sociedade civil buscam a ampliação do espaço público como uma área de convívio  (Foto: Leonardo Lucena)
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Fernanda Morena, Sul 21 - As cinco vias fechadas para lazer nos domingos e feriados mudaram o mapa de recreação porto-alegrense, mas não são suficientes. De movimentos pelo uso da bicicleta ao projeto Vaga Viva, da busca pela criação de novas áreas para a prática esportiva à criação de ruas de lazer, projetos capitaneados pela sociedade civil buscam a ampliação do espaço público como uma área de convívio e, consequentemente, mais saúde e segurança.

As ruas de lazer – vias públicas fechadas para o tráfego de carros em determinados dias – ganham adeptos da atividade física ao ar livre; em vez de contar com apenas os parques como alternativas para esportes fora das academias, as ruas ainda incentivam a prática esportiva mais próxima da casa das pessoas. São cinco operantes em Porto Alegre: o corredor de ônibus Cascatinha, o corredor da Terceira Perimetral e a Padre Cacique, fechados aos domingos e feriados das 8h às 18h, além da Rua José Bonifácio, fechada aos domingos para o Brique da Redenção, e a Edvaldo Pereira Paiva, que é destinada ao lazer nos sábados à tarde, domingos e feriados.

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"Às vezes temos de caminhar três ou quatro quadras para chegar a um parque. Temos de pegar um carro, ou um ônibus até lá. Com as ruas de lazer, esse trajeto já se torna mais saudável e mais seguro, uma vez que permite que a atividade seja iniciada sem depender de um parque", comenta Lívia Teresinha Piccinini, coordenadora do programa de pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRGS.

Ao contrário do que muitos pensam, as ruas de lazer não são criadas por decreto legislativo, mas por uma iniciativa das comunidades de cada bairro, que apresentam projetos por meio dos seus delegados ao fórum do Conselho do Orçamento Participativo (OP). Uma vez aprovadas as propostas pela OP, elas são repassadas ao prefeito, que decide fechar ou não a rua para o lazer. A sugestão à prefeitura também pode vir da Câmara dos Vereadores, outra interface da sociedade civil com o executivo municipal.

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Enilson Gambarra da Silva está tentando levar ao Glória a primeira área de lazer do bairro. Conselheiro da região no OP, ele tenta transformar uma parte do Parque Belém em centro social esportivo. A medida não foi aprovada no Fórum, por se tratar de uma área privada. "Vamos continuar tentando até outubro, quando deixamos o Conselho do OP, para trazer uma área destinada ao lazer para o bairro". A esperança resta na duplicação da Avenida Oscar Pereira, a principal via a cortar o bairro, que possibilitaria o fechamento de uma mão para o lazer, enquanto a outra seguiria ligando o centro de Porto Alegre à Ponta da Pedra.

Rua para brincar

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Fazer da rua um espaço educativo e público deve ser um instrumento utilizado desde os primeiros anos de vida – especialmente em época em que os computadores e o mundo virtual se mostram os melhores amigos da criança.

Lisiane Zorg comanda um projeto. Ela faz pós-graduação em educação e direitos humanos na Ufrgs e mantém diferentes propostas de entretenimento e educação de crianças, como a Rua Literária, que trata do descaso com bibliotecas públicas; e o Vila Viva, que leva a ocupação das ruas do centro para as periferias.

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"As crianças participam muito ativamente. Em 'A rua é para brincar', discutimos com as crianças o uso do espaço público como lugar de permanência , aprendizado e sociabilidade, entendendo que o direito a viver a infância na rua é um "direito humano", conta Lisiane.

Menos carros, mais vida

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Tema recorrente das políticas públicas dos anos 2000, a troca do carro por meios alternativos de transporte, como coletivos e bicicletas, é também peça central de projetos sociais que querem repensar mobilidade e qualidade de vida dentro do espectro urbano. Lucas Piccoli Weinmann é formando da faculdade de Arquitetura da Ufrgs e membro do grupo de universitários que trouxe o projeto Vaga Viva à capital gaúcha.

No evento, os participantes são convidados a tomar a vaga de um carro na via pública e usar aquele espaço como um ambiente real de organização. Ali vale tudo; desde uma simples reunião com cadeiras e chimarrão, a mini workshops de tricô, doações de livros, dicas de culinária. É a ocupação do espaço de um carro com vida, conforme Weinmann: "Ali instalam-se coisas que poderiam estar ali se não tivesse um carro", explica.

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É o questionamento do espaço público e do carro como um meio de transporte privilegiado. "A gente fala muito em equidade entre os modais, porque não podemos ter um meio de transporte privilegiado, pois isso acarreta na desregulação do paradigma da mobilidade urbana", acrescenta o futuro arquiteto.

Mais gente na rua, mais segurança

Não são somente benefícios à saúde os envolvidos na ampliação do convívio social nas ruas. Há um outro fator igualmente importante a ser considerado quando se fala em ambiente público; o aumento da segurança.

"Se temos a segurança do uso da rua sem carros passando, mas crianças correndo, pais conversando com seus vizinhos, cachorros passeando, temos um consequente acréscimo de segurança, pois mais pessoas na rua equivalem a um ambiente mais seguro do que uma rua vazia, cercada por casas muradas", aponta a coordenadora Lívia.

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