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Será o retorno do carlismo?

Se em 2008 ACM Neto teve como estratégia não usar a imagem do falecido avô, agora, a história é outra; o democrata não tem poupado lágrimas quando fala do ex-governador da Bahia; será esse o motivo do seu primeiro lugar na pesquisa de intenção de voto? Ou a má fase do PT de Jaques Wagner e de Pelegrino tem contribuído? Será os efeitos negativos do mensalão?

Será o retorno do carlismo? (Foto: Divulgação)
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Romulo Faro_Bahia 247

Não foi preciso muito tempo da corrida pela Prefeitura do Salvador neste ano para os especialistas (e mesmo alguns que não o são) perceberem a desenvoltura com a qual o candidato Antônio Carlos Magalhães Neto (ACM Neto), do DEM, corre e costura suas estratégias no pleito.

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Antes que possa parecer um texto tendencioso, lembremos da pesquisa Ibope divulgada na semana passada, a qual apontou o democrata com 40% das intenções de voto entre os soteropolitanos.

A estratégia de Neto é, de certa forma, bastante diferente do estilo de fazer política de seu avô, estilo este que governou a Bahia por duas décadas, o chamado 'Carlismo'. Ao contrário do ex-senador e ex-governador, conhecido por seu temperamento emotivo e por sua língua para lá de ferina, ACM Neto vai meio caladinho, fazendo política do seu jeito.

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Mas qual o segredo do jovem e única força do Democratas no Nordeste? Não é segredo. São dois pontos para lá de escancarados a seu favor. Primeiro, o visível desgaste do Partido dos Trabalhadores (PT).

Vale um parêntese aqui para um breve comparativo com 2008. Naquele ano, ACM Neto enfrentou um João Henrique (atual prefeito pelo PP) com a máquina na mão, filiado ao PMDB do então ministro Geddel Vieira Lima; e, do outro lado, o atual senador Walter Pinheiro (PT), o candidato do governador Jaques Wagner, à época o todo-poderoso Wagner, aquele que impôs fim ao carlismo com uma vitória humilhante de 63% no primeiro turno (eleição histórica na Bahia) diante do então governador Paulo Souto (DEM). Dizem até que o velho ACM passou mal depois da apuração das urnas.

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Pois bem. No cenário atual, ACM Neto conta com o grande desgaste do PT de Wagner e de Nelson Pelegrino, que, pela quarta vez, tenta conquistar o Palácio Thomé de Souza. Nos bastidores da política baiana, os próprios petistas dizem que se Pelegrino não ganhar na quarta tentativa, deve "desistir".

Além da pauta nacional, o julgamento do mensalão, maior esquema de corrupção já visto na política brasileira, a Bahia tem atualmente outro fator negativo contra os petistas. A intransigência de Wagner no trato de assuntos delicados, tais como a greve da Polícia Militar neste ano, que durou dez dias entre os meses de janeiro e fevereiro. Que falar, então, da greve dos professores da rede estadual de ensino? Esta, como todo baiano deve lembrar, durou 115 dias e acabou na última segunda-feira.

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Com essas duas, Wagner e o PT compraram briga não só com duas categorias do funcionalismo público, mas com pais, mães, irmãos, tios, sobrinhos, vizinhos de muita gente assassinada durante a greve da PM e de muitos alunos que ficaram sem aula por quase quatro meses e estão com o ano letivo comprometido.

Pois é. Esses dois fatores, aliados ao carisma do jovem ACM Neto, estão funcionando como verdadeiras molas propulsoras em sua campanha. Para completar a alegria de Neto, com certeza ele sabe que se eleito prefeito de Salvador, terá a grande chance de realizar seu sonho em 2014, o de sentar na cadeira de chefe do Palácio de Ondina, na qual seu avô e seus aliados estiveram sentados por duas décadas.

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E ele acerta mais uma vez na estratégia de usar e abusar da imagem de seu avô neste pleito. Em 2008, Neto tentou alçar vôo sozinho, com rompante de independente. Agora, ele não poupa lágrimas nos eventos públicos quando se lembra do maior líder de direita que a Bahia já conheceu. Neto se emociona cada vez que fala do velho ACM e leva consigo muita gente, principalmente as pessoas de mais idade, que recordam de 'bons' momentos que a potência nordestina viveu.

Para o DEM, a Prefeitura de Salvador é a maior das apostas nestas eleições. Ora, concordemos que Salvador é uma menina abandonada, padecendo com os efeitos de suas mazelas, mas quem não quer governar a terceira maior cidade do Brasil? Não foi à toa que o DEM abriu mão de São Paulo, quando fechou apoio irrestrito ao PSDB de José Serra. O acordo foi os tucanos, entre eles o prefeito mais bem avaliado da história da capital baiana, o atual deputado Antônio Imbassahy, apoiarem a candidatura de Neto.

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Mas ACM Neto também não é só paz e amor em todos os seus discursos e caminhadas. Ele sabe os momentos certos de disparar artilharia pesada contra seu adversário Nelson Pelegrino, principalmente na ausência de Wagner em suas caminhadas e nas suas peças publicitárias. O democrata também vem usando direitinho os efeitos negativos devastadores que o mensalão tem causado aos petistas.

Sabe dizer, por exemplo, que a Bahia (e isso é fato) vem perdendo espaços significativos para Pernambuco, por exemplo, na área industrial e econômica de modo geral. Em seu primeiro mandato, o todo-poderoso Wagner, aquele que 'derrotou' o carlismo, nunca amargou o dissabor de uma vaia. Agora, coincidentemente ou não depois das greves e da seca, é comum o líder petista ouvir a insatisfação do povo em forma de vaias.

Será o começo do retorno do carlismo?

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