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Jessé Souza: Bolsonaro é a expressão máxima do racismo reprimido dos brasileiros

"Em um período de crise aguda como esta, onde é necessário acalmar a população e se sensibilizar com a dor do próximo, Bolsonaro mostra sua incapacidade patológica de qualquer empatia humana", diz o sociólogo

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247 –  "Jair Bolsonaro é hoje, dentre os poucos chefes de Estado no mundo a negar os perigos da pandemia do coronavírus, o mais ousado e irresponsável. Todo dia o esforço de resguardar a população é sabotado pelo chefe da nação. Dificuldades burocráticas são criadas artificialmente para impedir que a ajuda chegue aos mais necessitados e o presidente joga tudo no caos e no conflito", escreve o sociólogo Jessé Souza, em coluna publicada no El País.

"Em um período de crise aguda como esta, onde é necessário acalmar a população e se sensibilizar com a dor do próximo, Bolsonaro mostra sua incapacidade patológica de qualquer empatia humana. Ele só reage à mentira, à intriga, à briga constante. Ele aprendeu com Steve Bannon e com seu aprendiz de feiticeiro brasileiro, Olavo de Carvalho, o 'guru intelectual' de Bolsonaro e de seus filhos, que o ódio e o ressentimento são as emoções humanas mais fortes. Se você tem acesso a uma máquina de fake news como o WhatsApp e dinheiro para mantê-la, você pode, pela simples manipulação do ódio, manter seu eleitorado cativo sem oferecer, materialmente, nada em troca. Pior ainda, neste momento, ele incita seus seguidores mais leais a agirem do mesmo modo irresponsável que ele. Como explicar tamanha insanidade coletiva?", questiona ainda Jessé.

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"Por trás de todo comportamento social abertamente irracional baseado no ódio está alguma forma de racismo. E a sociedade brasileira é a campeã do mundo quando se trata de revestir seu racismo em vestes douradas e reluzentes", explica Jessé. "Ora, como no Brasil o racismo não pode dizer seu nome (nem Bolsonaro se admite racista), a saída perfeita é transformar o afeto racista em virtude, possibilitando sua moralização sob a forma do 'combate à corrupção'”.

"Bolsonaro construiu sua campanha se alimentando do racismo reprimido brasileiro em duas frentes: o racismo travestido de falso moralismo das classes superiores contra os pobres e qualquer tentativa de ascensão social dos mesmos, precisamente o que Lula representava, e contra o 'delinquente' das classes populares", aponta ainda Jessé.

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"Um golpe evangélico-miliciano-militar, parecido com o que aconteceu na Bolívia em 2019, seria a salvação de Bolsonaro e sua família acuada por múltiplas acusações de corrupção e, inclusive, de ligação suspeita com assassinato, como o caso da vereadora Marielle Franco, que ronda cada vez mais de perto sua família. A crise sanitária da covid-19 no Brasil pode tanto acelerar um golpe de Estado mafioso-religioso, quanto a queda de Bolsonaro e de sua popularidade, mantida por fake news e pela manipulação do ancestral e reprimido racismo brasileiro", alerta o sociólogo.

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