Chanceler Carlos França se calou sobre a PEC dos embaixadores por temer retaliação de Alcolumbre, diz Malu Gaspar
Desde que a emenda assinada pelo senador Davi Alcolumbre (União Brasil - AP) começou a tramitar, em outubro, França nada disse a respeito

247 - A jornalista Malu Gaspar informa em sua coluna no Globo que o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, se calou sobre a tramitação da proposta de emenda constitucional (PEC) que permite a parlamentares serem embaixadores do Brasil no exterior sem abrir mão do próprio mandato, temendo retaliações de Davi Alcolumbre depois que deixar a pasta.
"A postura do ministro das Relações Exteriores provoca estranhamento porque a emenda representa um duro golpe na histórica blindagem da carreira diplomática criada pela Constituição de 1988", escreve a jornalista.
O estranhamento é ainda maior quando se constata que diplomatas dos mais diversos setores e graus hierárquicos estão em polvorosa contra a medida, que foi discutida nesta quarta-feira (6) hoje na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e deve ser votada na semana que vem.
"Embora França não comente o assunto em público, no seu entorno ninguém tem dúvidas sobre os motivos que o calaram. O mais importante foi a pressão do grupo de Alcolumbre, que fez chegar ao ministro um recado bem claro: se fizer oposição aberta e pública ao projeto, terá problemas quando sair do Itamaraty e for tentar uma vaga em uma embaixada", escreve Malu Gaspar.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADEO chanceler já sinalizou a vários aliados no governo que gostaria de ser embaixador em Londres depois que este mandato presidencial terminar.
A jornalista informa ainda que o segundo motivo para o silêncio do chanceler é a orientação do próprio governo. O Palácio do Planalto é contra a PEC e já se manifestou a respeito em uma nota técnica, mas decidiu não entrar na disputa com Alcolumbre e o Centrão e determinou a França que não crie marola.
Alcolumbre pretende ser candidato à presidência do Senado em 2023 e quer usar a PEC dos Embaixadores como bandeira de campanha.
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