Em meio a ajuste, Temer quer trocar software livre por produtos Microsoft
Enquanto faz discurso de responsabilidade nos gastos, o governo de Michel Temer quer trocar os softwares livres e de código aberto, que são grátis, usados desde o governo Lula, pelos pagos - e caros - da Microsoft; "Nenhum argumento técnico justifica esta mudança. No mínimo será um custo desnecessário na casa das centenas de milhões de reais", critica o jornalista Pedro Doria, da área de tecnologia, em artigo no Estadão; "Em um tempo de cortes de gastos, é inconcebível que se torre dinheiro com um único fornecedor para resolver problemas que não existem", diz ele
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247 - Enquanto prega a responsabilidade nos gastos públicos, o governo de Michel Temer quer torrar dinheiro em algo que não faz sentido: trocar os softwares livres e de código aberto, que são instalados gratuitamente e usados desde o governo Lula nas dependências do Planalto e em órgãos públicos, pelos pagos - e caros - da Microsoft.
Em artigo no Estado de S. Paulo nesta sexta-feira 11, o jornalista Pedro Doria, da área de tecnologia, afirma que "nenhum argumento técnico justifica esta mudança" e que "no mínimo será um custo desnecessário na casa das centenas de milhões de reais". Ele diz que o argumento do governo é a segurança, mas o descontrói, mostrando que os produtos da Microsoft não trariam mais segurança ao governo.
"Esses pacotes da Microsoft são como um vício. São programas muito caros, com muitas funções, a maioria desnecessárias para quase todos os usuários, e, no entanto, todo mundo usa sem saber explicar bem o porquê. As mesmas atividades podem ser desempenhadas por muito menos dinheiro sem sacrificar nada", escreve Doria.
"Em um tempo de cortes de gastos, é inconcebível que se torre dinheiro com um único fornecedor para resolver problemas que não existem", acrescenta o jornalista. "Independentemente do dinheiro gasto com estes novos programas, ainda haverá o custo da transição. Milhares de instalações, treinamento, conversão de arquivos, talvez novos equipamentos. Tudo por uma escolha filosófica", expõe.
"Nada justifica que um governo de transição, em meio a uma crise econômica, tome uma decisão que custe tão caro e com tamanho impacto futuro", conclui.
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