"Enquanto houver matilha, Bolsonaro manda na direita", diz Fernando Brito
"Bolsonaro e a planta carnívora em que ele floriu não vão desaparecer da cena política deixando colocar em seu lugar um novo “limpinho e cheiroso”. Por mais que digam palavras mágicas na televisão, deste caldeirão dificilmente sairá um Huck", diz o editor do Tijolaço
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Por Fernando Brito, editor do Tijolaço – Para quem já viu e viveu muito na política brasileira, devastador o sentimento que se tem ao ver o grau de acomodação da inteligência brasileira diante do espetáculo de selvageria e abjeções que passa sob a indiferença dos senhores da mídia, sem mais que alguns poucos a apontá-lo.
Salvo por Janio de Freitas e alguns poucos, ninguém deu o peso devido ao fato de que o presidente da República foi chamado de “vagabundo” e acusado de comprar deputados para seu campo político. “Não é pouca coisa em qualquer país”, diz ele, mas aqui foi, caindo na conta da “normalidade” de botequim malfrequentado da política.
Não, realmente não é pouca coisa, nem acontece por acaso, é a continuidade de um processo de destruição dos partidos políticos e sua substituição pelos tais “movimentos cívicos” que são, afinal, a “lavagem de dinheiro” que o poder empresarial industriou para levar a classe média a dar apoio a novas versões que substituam seus velhos e carcomidos quadros.
Jair Bolsonaro, embora velho inútil da política, cumpriu este papel por provir da insignificância e ter a capacidade de catalisar os “instintos mais primitivos”, que ontem chamei de “ethos da escrotidão“.
Enganaram-se achando que seu comportamento mudaria e se descolaria do pantanal da baixa política e que trataria de reorganizar a direita brasileira.
Isto continua interditado pela minoria ativíssima, a matilha que foi a coluna dorsal do processo que o levantou até onde está.
Se Dória conta com o peso que ganhar
Bolsonaro e a planta carnívora em que ele floriu não vão desaparecer da cena política deixando colocar em seu lugar um novo “limpinho e cheiroso” para continuar mantendo o Brasil longe do enfrentamento dos seus problemas de atraso e injustiça.
Por mais que digam palavras mágicas na televisão, deste caldeirão dificilmente sairá um Huck.
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