Fernando Brito: nova prisão de Garotinho mostra juízes com ‘causa pessoal’
"O juiz que mandou prender Garotinho há um ano, mandou prendê-lo de novo. Como da outra vez, parece ser uma prisão a ser revogada, em poucos dias, pelos tribunais superiores", avalia o editor do Tijolaço sobre a prisão do ex-governador do Rio; "Vai ficando claro que muitos juízes abandonaram o papel de equilíbrio e segurança nas decisões para entregarem-se ao que minha avó chamaria 'tomar pinimba' do réu. Se mandarem soltar, arranja-se uma razão para prender de novo. E, quem sabe, de novo e de novo"
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Por Fernando Brito, do Tijolaço - O juiz que mandou prender Garotinho há um ano, mandou prendê-lo de novo.
Como da outra vez, parece ser uma prisão a ser revogada, em poucos dias, pelos tribunais superiores.
Vai ficando claro que muitos juízes abandonaram o papel de equilíbrio e segurança nas decisões para entregarem-se ao que minha avó chamaria “tomar pinimba” do réu.
Se mandarem soltar, arranja-se uma razão para prender de novo. E, quem sabe, de novo e de novo.
As razões legais são menores que as “convicções pessoais” e o convencimento do juiz acontece muito antes da sentença, porque baseado na sua soberana “cognição sumária”.
Tudo, claro, como na boa e velha Idade Média, com o povo “apreciando” o desfile dos prisioneiros nas carroças – agora caminhonetes.
A criação, com Sérgio Moro, do Deus-Juiz levou a este espetáculo de degradação do Judiciário, ajudada pela crescente assunção de uma “ideologia do Judiciário”, moralista (sem deixar de ser seletiva, como os moralistas são) e elitista.
O protagonismo do Judiciário é, com o tempo, a ferramenta de sua degradação.
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