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Merval vê 'jogo bruto' entre Bolsonaro e Paulo Guedes

Jornalista Merval Pereira avalia que ao " esclarecer que a ameaça de cartão vermelho feita por Bolsonaro não se referia a ele, o ex-superministro Paulo Guedes mostrou toda sua fragilidade". "Vem sendo desidratado aos poucos por um Bolsonaro que se preocupa mais com a reeleição do que com o equilíbrio fiscal", diz

Merval Pereira e Jair Bolsonaro com Paulo Guedes (Foto: Reprodução | Marcos Corrêa/PR)
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247 - O colunista Merval Pereira, do jornal O Globo, afirma em sua coluna desta quinta-feira (16) que Jair Bolsonaro aderiu ao “jogo bruto” ao afirmar que daria “um cartão vermelho a quem lhe propusesse congelar as aposentadorias e cortar o auxílio a idosos e deficientes para criar o Renda Brasil”. O recado foi entendido como uma ameaça à permanência de Paulo Guedes à frente do Ministério da Economia. 

“Toda essa linguagem cifrada traduz uma disputa que se desenrola entre dois projetos de poder, a reeleição para Bolsonaro, e o de salvador da economia para Guedes. A reeleição daria mais tempo a Guedes para implantar seu projeto, mas a pandemia tirou o pouco fôlego que a economia tinha para se reerguer, e com ela surgiu o auxílio emergencial, que mudou a história”, avalia o colunista.

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“Não há quem acredite que Bolsonaro tenha desistido do Renda Brasil, mas será preciso descobrir de onde tirar o dinheiro sem que os pobres se voltem contra o presidente. Repete-se com o secretário Waldery Rodrigues, secretário da Fazenda, o mesmo que aconteceu com Marcos Cintra, da Receita Federal, que defendia o imposto sobre transações financeiras digitais e acabou sendo demitido porque Bolsonaro não queria saber de recriar uma espécie de CPMF”, destaca Merval Pereira.

“Pode ser que o secretário Waldery Rodrigues, considerado um dos importantes suportes técnicos de Paulo Guedes, resista à pressão, mas é inevitável que o assunto volte à discussão política, pois a desindexação dos gastos do governo, um dos pilares do pacto federativo proposto pelo ministério da economia, terá que ser discutido na tramitação dessa reforma”, acrescenta.

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Para Merval, “ao fazer questão de esclarecer que a ameaça de cartão vermelho feita por Bolsonaro não se referia a ele, o ex-superministro Paulo Guedes mostrou toda sua fragilidade e expôs seu secretário. Vem sendo desidratado aos poucos por um Bolsonaro que se preocupa mais com a reeleição do que com o equilíbrio fiscal de seu governo”.

“O ministro Paulo Guedes diz que acredita no faro político do presidente. Resta saber se o populismo de Bolsonaro é compatível com as reformas necessárias. A opinião pública, como um imenso VAR, está atenta a esse jogo bruto”, finaliza.

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