Nassif: relações entre CBF, Fifa e Globo fazem a diferença na Justiça
"O papel da Globo não foi apenas o de provedora inicial dos recursos distribuídos pelas diversas peças da engrenagem criminosa. Foi fundamental também para a blindagem política de Ricardo Teixeira", escreve Luis Nassif, que destrincha em um artigo a intricada rede de relações entre CBF, Fifa e a Rede Globo, cujos escândalos têm vindo cada vez mais à tona
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247 - O colunista Luis Nassif, em artigo no Jornal GGN, destrincha a intricada rede de relações entre CBF, Fifa e a Rede Globo, cujos escândalos têm vindo cada vez mais à tona.
Nassif começa destacando a simbiose entre a Globo e o Ministério Público, além do poderio que essa parceria produziu. A partir daí, o jornalista desenreda a teia com as entidades do futebol. papel da Globo não foi apenas o de provedora inicial dos recursos distribuídos pelas diversas peças da engrenagem criminosa. Foi fundamental também para a blindagem política de Ricardo Teixeira."
Confira abaixo trechos do texto:
"Antes da Lava Jato e das jornadas de junho de 2013, já havia um acordo tácito entre a imprensa - Globo à frente - e procuradores.
Matérias penais sempre renderam leitura e audiência. A mídia ia atrás dos escândalos investigados, selecionava alguns e lhes dava visibilidade. Sua participação era duplamente vantajosa para o procurador contemplado. Dando visibilidade ao processo, reduzia as resistências dos juízes. E elevava o procurador, ainda que provisoriamente, ao status de celebridade.
Cunhou-se uma expressão no MPF: só vai para frente processos que a mídia bate bumbo.
(...)
Com a Lava Jato consolida-se definitivamente o novo padrão de parceria. E o MPF se torna um instrumento da Globo, conduzido pela cenoura e o chicote. Bastava dar foco nas investigações de seu interesse, e jogar no limbo as investigações que não interessavam, para tornar o MPF um instrumento dócil de seus objetivos políticos.S
Nassif destaca então o poderio oriundo da parceria.
"Têm-se, portanto, um poder de Estado sendo conduzido por uma organização privada, a Globo. Aí se entra em um terreno pantanoso: como se comporta essa organização na sua atividade corporativa?
É importante a diferença entre as palavras e os atos.
Têm-se aí todos os ingredientes de uma associação criminosa. Conforme descrito pela CPI:
O núcleo diretivo da CBF está conformado nos seus principais dirigentes (presidente, vice-presidentes e diretores) que, com unidade de desígnios, executam planos criminosos, objetivando o enriquecimento ilícito.
O núcleo empresarial está assentado nas empresas contratualmente ajustadas com a entidade nos acordos comerciais, com combinação de preços para pagamento de vantagens indevidas.
O núcleo financeiro comporta determinadas empresas responsáveis pela transferência dos ativos ilícitos aos dirigentes e funcionários da CBF, além daquelas interpostas nos acordos comerciais celebrados entre a CBF e as contratadas (núcleo empresarial), cabendo as postadas de permeio o repasse de parte das comissões ao núcleo diretivo, como forma de propinas.
O esquema montado pela organização criminosa extremamente sofisticado e de difícil elucidação. Por isso, a atuação do FBI na prisão do ex-presidente JOSÉ MARIA MARIN, na Suíça, por crimes relacionados ao FIFA CASE, mesmo caso em que RICARDO TERRA TEIXEIRA, MARCO POLO DEL NERO e outros brasileiros foram denunciados pelo Departamento de Justiça Americano.
O papel da Globo não foi apenas o de provedora inicial dos recursos distribuídos pelas diversas peças da engrenagem criminosa. Foi fundamental também para a blindagem política de Ricardo Teixeira."
Leia a íntegra do texto no Jornal GGN.
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