Por Fernando Brito, do Tijolaço
Coube ao repórter Ribamar Oliveira, do Valor, apontar o “pulo do gato” usado pela equipe do ministro Henrique Meirelles para “mostrar serviço” no anúncio do rombo recorde do Tesouro Nacional.
Anunciaram que as despesas do governo caíram, em termos reais, 1,2%.
Não é verdade, mostra Ribamar.
(…)no ano em que Joaquim Levy administrou o Ministério da Fazenda, o governo foi obrigado a pagar um passivo de R$ 55,6 bilhões ao BNDES, ao Banco do Brasil, à Caixa Econômica Federal e ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), por determinação do TCU, referente às chamadas “pedaladas fiscais”. Ou seja, essas não foram despesas de 2015, mas de anos anteriores, e, portanto, precisam ser excluídas da conta, quando for feita a comparação com 2016. Se a exclusão for realizada, o gasto total da União no primeiro ano do segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff cairá de R$ 1,158 trilhão, anunciado ontem, para R$ 1,102 trilhão.
O repórter exclui das despesas do período Temer, por exatidão, parcelas atrasadas das contribuições a organismos internacionais e outras despesas de exercícios anteriores.
O resultado é que as despesas, considerados apenas estes fatores, teve uma expansão de 11,6% em valores nominais que, explica ele, não pode ser revertida a valores reais por conta da data de sua efetivação.
Em reais, corrigidos: O último ano inteiro do governo Dilma teve despesas de perto de R$ 1,10 trilhão, contra gastos de R$ 1,23 trilhão de 2016. Cerca de R$ 130 bilhões, algo que nem a explicação do aumento da liquidação de “restos a pagar”.
Tirando o Ribamar e uns poucos, o resto embarcou no “migué” de Meirelles.
Arrecadou-se menos e gastou-se mais.
Só tem um probleminha: não dá pra repetir o pulo do gato…