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PML: luta da comunicação é uma disputa política

Paulo Moreira Leite, diretor do 247 em Brasília, afirma que Edinho Silva, novo ministro da Secom, é "o homem certo no lugar certo"; PML sugere ainda que ele se inspire no exemplo Franklin Martins, titular entre 2007 e 2010; "Jornalista de profissão, mas político durante as 24 horas do dia, Franklin levou para o Planalto a noção de que a luta na comunicação de uma sociedade não envolve questões técnicos sobre jornalismo nem sobre jornalistas mas é, acima de tudo uma disputa política. Nesse ambiente, jornais e revistas se mobilizam como instituições políticas, que têm seus próprios projetos para defender, fazendo a pauta, apuração e edição de informações conforme suas conveniências"

Paulo Moreira Leite, diretor do 247 em Brasília, afirma que Edinho Silva, novo ministro da Secom, é "o homem certo no lugar certo"; PML sugere ainda que ele se inspire no exemplo Franklin Martins, titular entre 2007 e 2010; "Jornalista de profissão, mas político durante as 24 horas do dia, Franklin levou para o Planalto a noção de que a luta na comunicação de uma sociedade não envolve questões técnicos sobre jornalismo nem sobre jornalistas mas é, acima de tudo uma disputa política. Nesse ambiente, jornais e revistas se mobilizam como instituições políticas, que têm seus próprios projetos para defender, fazendo a pauta, apuração e edição de informações conforme suas conveniências" (Foto: Leonardo Attuch)
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Por Paulo Moreira Leite

A indicação de Edinho Silva para a SECOM pode ajudar o governo Dilma a resolver seus problemas graves na área de Comunicação.

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Integrante da nova geração de dirigentes petistas, formada quando o Partido dos Trabalhadores já havia transformado o vigor das luta operárias em força política capaz de disputar o poder de Estado na sétima maior economia do mundo, Edinho foi prefeito de uma cidade média do interior de São Paulo, Araraquara, e carrega as credenciais para um bom trabalho — tem história no PT e compromisso com seu programa e seus militantes.
É capaz de manter um diálogo produtivo com correntes de várias tonalidade ideológicas. Com boa formação acadêmica, tem uma trajetória ligada a Democracia Socialista, uma das mais influentes no governo Dilma. Hoje fora da DS, é próximo de Lula e ao mesmo tempo da presidente, o que pode ser de extrema valia em momentos de luta interna e guerra de lealdades.

Edinho assume o ministério depois de ter sido tesoureiro da campanha presidencial de 2014. Teve as contas aprovadas pelo voto unânime do Tribunal Superior Eleitoral, inclusive do ministro-relator Gilmar Mendes, adversário aberto do PT nas cortes superiores. Numa debate tenso, detalhado, não se apontou nenhuma incoerência importante nas contas do partido — apenas objeções cuja motivação política era mais do que óbvia. O saldo final foi tão bom que a ausência de Edinho na primeira fornada de ministros chegou a causar surpresa.

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Num partido que se mostra perplexo, incapaz de sair das cordas, diante da brutal ofensiva disparada pelos adversários após a quarta vitória consecutiva numa eleição presidencial, feito jamais obtido por qualquer força política na história da Republica, o novo ministro tem demonstrado uma visão clara dos problemas a ser enfrentados. Numa carta recente, dirigida aos militantes do partido, Edinho fez uma ponderação oportuna, de quem sabe o problema principal:

“Achávamos que a elite brasileira, insuflada por uma retomada das mobilizações da direita no continente, iria ficar assistindo nós nos sucedermos na presidência da República, consolidando o nosso projeto? (…) Achávamos que aqueles que hoje nos acusam, que também são os mesmos que armam trincheiras contra as reformas estruturais, seriam benevolentes conosco? Repito, qual a novidade?”

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A decisão de colocar um ministro que é essencialmente um político — e não basicamente um jornalista — à frente da comunicação pode ajudar o governo Dilma a enfrentar a áspera disputa que, previsivelmente, irá marcar o país pelo próximos meses, quem sabe até 2018. Basta abrir os jornais e assistir ao noticiário na TV — na dúvida, consulte o Manchetômetro — para comprovar o engajamento cada vez mais aberto, mais despudorado, dos principais meios de comunicação na oposição governo.

É uma postura que faria corar a antiga executiva da Folha de S. Paulo Judith Brito, que em 2010, quando era presidente da entidade dos grandes jornais do país, admitiu que os principais veículos brasileiros tinham o dever de proteger uma oposição que definia como “fraquinha.”

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Entre tantos nomes que passaram pela SECOM depois da posse de Lula, em 2003, cada um pode ter seu favorito. Ou mais de um.

Sempre vou homenagear o primeiro, Luiz Gushiken, obrigado a enfrentar uma pesada campanha difamatória como preço por seu esforço para garantir uma comunicação independente da pressão dos grandes veículos.

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Mas em minha opinião até hoje nenhum titular do órgão demonstrou tanta compreensão do trabalho como Franklin Martins, titular entre 2007 e 2010. Jornalista de profissão, mas político durante as 24 horas do dia, Franklin levou para o Planalto a noção de que a luta na comunicação de uma sociedade não envolve questões técnicos sobre jornalismo nem sobre jornalistas mas é, acima de tudo uma disputa política. Nesse ambiente, jornais e revistas se mobilizam como instituições políticas, que têm seus próprios projetos para defender, fazendo a pauta, apuração e edição de informações conforme suas conveniências.

É disso que Edinho está falando, quando ironiza, com acidez, aqueles que aguardam um tratamento benevolente dos adversários.

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Com modos tão educados que observadores superficiais podem confundir com timidez, Edinho Silva assume seu posto numa hora dificílima. Mas carrega credenciais que prometem um bom combate — em termos educadíssimos, como é seu estilo.

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