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Tijolaço: 1º “apagão” é o da informação. Veja o que Miriam Leitão dizia em 2014

Para Fernando Brito, do Tijolaço, a manchete de O Globo desta terça-feira, a matéria da Folha "Novo cálculo na conta de luz evitaria disparada de preço em ano eleitoral" e a do Estadão "Governo deve mudar regra de bandeiras tarifárias e conta de energia elétrica pode ficar mais cara" são "uma prova de que, infelizmente, a imprensa brasileira não é pautada pelo desejo de informar, mas pelas notícias que interessam ao 'mercado'"; ele lembra ainda um discurso de Miriam Leitão em 2014 "desancando o Governo Dilma por 'não ter feito esforços maiores desde o começo do ano no sentido de incentivar a economia no consumo'"

Para Fernando Brito, do Tijolaço, a manchete de O Globo desta terça-feira, a matéria da Folha "Novo cálculo na conta de luz evitaria disparada de preço em ano eleitoral" e a do Estadão "Governo deve mudar regra de bandeiras tarifárias e conta de energia elétrica pode ficar mais cara" são "uma prova de que, infelizmente, a imprensa brasileira não é pautada pelo desejo de informar, mas pelas notícias que interessam ao 'mercado'"; ele lembra ainda um discurso de Miriam Leitão em 2014 "desancando o Governo Dilma por 'não ter feito esforços maiores desde o começo do ano no sentido de incentivar a economia no consumo'" (Foto: Gisele Federicce)
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Por Fernando Brito, do Tijolaço - A manchete de O Globo de hoje, reproduzida aí acima, a matéria destacada da Folha – Novo cálculo na conta de luz evitaria disparada de preço em ano eleitoral – e a do Estadão – Governo deve mudar regra de bandeiras tarifárias e conta de energia elétrica pode ficar mais cara – são uma prova de que, infelizmente, a imprensa brasileira não é pautada pelo desejo de informar, mas pelas notícias que interessam ao “mercado”.

A crise hídrica está evidente há quase dois meses.

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Os caros leitores e queridas leitoras deste blog sabem que corri o risco, durante dois meses, de ser apontado como “alarmista” por dizer que a situação estava pior do que em 2014, quando toda a imprensa, todos os dia, dizia que rumávamos para um “apagão”.

Estava pior e piorou mais, atesta hoje O Globo, dizendo que “a expectativa é que o país chegue ao próximo mês a um nível de 15% nos reservatórios do Sudeste”. Ontem era de 19% e será até um pouco mais que aqueles  15% no final do mês, porque uma chuva de pouca expressão, somada à queda de temperatura no Sudeste – que reduz o consumo – e, sobretudo, ao parque eólico implantado nos governos Lula e Dilma, que já vai chegando próximo de 10% de toda a geração nacional, estão ajudando, com seu “estoque de vento”.

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O nível dos reservatórios, nacionalmente considerado, é dramático:

Segundo a consultoria Thymos Energia, no último dia 17, o nível médio dos reservatórios era de 20% contra 34% no mesmo dia em 2015 e 26,5% em 2014, anos em que o país enfrentou forte estiagem. Mesmo em 2001, ano do racionamento, os reservatórios estavam em patamar superior: 23%. [Nota minha: domingo, 22, já era de 18,25%]

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Nada disso, porém, era tema presente no noticiário desta vez.

Anote a informação acima e assista ao discurso de Miriam Leitão, no “Bom, Dia Brasil”, no dia 15 de outubro de 2014, em pleno processo eleitoral, desancando o Governo Dilma por “não ter feito esforços maiores desde o começo do ano no sentido de incentivar a economia no consumo”, enquanto agora se passou o ano saudando o Governo pela queda do preço da eletricidade.

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Para não falar num antipático aumento de tarifas, a “papisa” da economia sugere que o governo Dilma deveria ter feito campanhas para que as pessoas tirassem aparelhos (de TV e outros) do modo ‘stand by’, o que produz uma diferença absolutamente ridícula no gasto energético.

Vale a pena assistir e ver o tom de alarme, de condenação feroz, e compare com a discrição que tiveram até agora diante de uma situação – os números mostram – ainda pior.

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Infelizmente, não achei um  programa onde ela entrevista com um consultor da área de energia em que ele diz outra bobagem antológica: que os reservatórios seriam praticamente inúteis quando chegassem a 10% de seu volume útil, porque o o assoreamento já deveria ter “comido” ao longo dos anos este grau de capacidade de reservação. Não é preciso dizer que várias das maiores hidrelétricas do país estão com 10% de volume e seguem produzindo. Sobradinho, inclusive, com seus meros 3,49% de água, nos dados de domingo.

A imprensa brasileira, com todo o nariz em pé de seus principais comentaristas, não é uma máquina de informação. É um monstruoso sistema de manipulação, voltado para a guerra política e, portanto, onde se aplica a regra de que, na guerra, a primeira morte é a da verdade.

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