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Mundo

A incerteza sem a Irmandade Muçulmana

A pergunta que fica na questão do Egito é se a população pedirá sempre ajuda aos militares para depor um governante que não está indo bem

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Muitos analistas ainda não sabem como classificar o que aconteceu no Egito na semana passada. O blog PLANETA POLÍTICA evitou classificar logo de cara como "golpe de Estado", mas os acontecimentos recentes tendem a ir para o caminho golpista, e não "revolucionário".

Apenas pelo fato dos militares prenderem o ex-presidente Morsi e seus partidários (eleitores democraticamente) já é motivo para classificar o fato como quebra da ordem institucional.

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A comunidade internacional também foi pega de surpresa. Mesmo a Casa Branca ainda não deu um parecer. Se interpretarem como golpe de Estado e seguirem as leis de seus acordos, os EUA devem suspender a ajuda de 1,5 bilhão de dólares anuais que enviam aos militares do Cairo.

O panorama político é pra lá de complexo. O partido ultraconservador Al-Nour, que apoiou a deposição de Morsi, saiu das negociações com os militares. Os salafistas acreditam que as Forças Armadas não irão formar um governo técnico, conforme o combinado. O Al-Nour já demonstrou sua insatisfação ao bloquear a nomeação de El-Baradei (Nobel de Paz e um dos principais entusiastas da saída de Mohamed Morsi) para o posto de premiê.

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Depois de muitas negociações, o presidente interino Adli Mansour nomeou o ex-ministro da Economia Hazem el-Beblawi como primeiro-ministro do governo de transição. Ao que parece, militantes do Nour aprovaram a escolha, mas continua o suspense sobre Baradei na Vice-Presidência (responsável pela diplomacia).

Diálogo

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As Forças Armadas foram chamadas para tirar o primeiro presidente eleito democraticamente da história do Egito. Sua administração, que durou apenas um ano, foi trágica. Beneficiou somente membros da Irmandade Muçulmana (ainda o grupo mais organizado e relevante do país) e deixou a economia em pior estado do que recebeu de Mubarak.

A pergunta que fica é se a população pedirá sempre ajuda aos militares para depor um governante que não está indo bem. O melhor remédio para isso, em regimes democráticos, ainda é a urna. Ou seja, no caso dos faraós, não votar mais em representantes da Irmandade.

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Porém, a sociedade egípcia parece não ter muito problema em gritar por socorro aos homens fardados, relevantes na vida do país há mais de meio século.

A Irmandade Muçulmana já disse que não vai tirar seus homens da rua enquanto Morsi e seus auxiliares não forem libertados.

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O presidente interino disse que eleições legislativas devem ocorrer até o final do ano, assim como a revisão da Constituição. Somente depois desses processos é que um chefe de Estado será escolhido democraticamente.

Analistas já apontam que a Irmandade é favorita para vencer o pleito, pois está mais organizada que outros grupos. Fica a dúvida se a população pedirá aos militares a cabeça do próximo mandatário.

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Enquanto isso, a crise continua. O Islã político atravessa um caminho complicado na terra de Ramsés.

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