Ajuda humanitária da Cruz Vermelha começa a chegar à Venezuela
Um primeiro carregamento de ajuda humanitária chegou nesta terça-feira (16) à Venezuela, depois que o governo de Nicolás Maduro aprovou sua entrada - confirmou à AFP uma fonte ligada ao assunto; a carga inclui 24 toneladas de insumos médicos e 14 geradores que serão distribuídos em oito hospitais - metade pública -, disse o ministro da Saúde, Carlos Alvarado
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AFP - Um primeiro carregamento de ajuda humanitária chegou nesta terça-feira (16) à Venezuela, depois que o governo de Nicolás Maduro aprovou sua entrada - confirmou à AFP uma fonte ligada ao assunto.
A carga inclui 24 toneladas de insumos médicos e 14 geradores que serão distribuídos em oito hospitais - metade pública -, disse o ministro da Saúde, Carlos Alvarado.
"É um grande passo adiante para apoiar as pessoas vulneráveis", tuitou o presidente da Federação Internacional da Cruz Vermelha, Francesco Rocca, que havia anunciado o envio da assistência em 29 de março.
Pelo menos 20 caminhões em caravana transportaram a carga para Caracas, partindo do aeroporto internacional de Maiquetía. Os veículos levam centenas de caixas de papelão com os símbolos do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho. O material chegou em um avião procedente do Panamá.
Em entrevista à AFP, o embaixador venezuelano nos organismos da ONU em Genebra, Jorge Valero, disse nesta terça que os apelos dos Estados Unidos para pedir a Caracas a entrada de ajuda humanitária são uma cortina de fumaça para preparar uma "invasão estrangeira".
"Nunca poderemos aceitar as tentativas de usar o apoio humanitário para promover uma invasão estrangeira ao nosso país", declarou Valero.
"É por isso que rejeitamos firmemente a tentativa dos Estados Unidos de usar a suposta ajuda humanitária como mecanismo para uma intervenção", acrescentou.
A ONU estima que sete milhões de venezuelanos - 25% da população - precisam de ajuda humanitária. Com uma grave escassez de remédios e de suprimentos hospitalares, a Venezuela sofre sua pior crise econômica em sua história moderna.
Em meados de abril, Rocca havia anunciado que, em uma primeira fase, iniciaria a distribuição de ajuda para cerca de 650 mil pessoas.
A operação será "similar" à que acontece na Síria, relatou, referindo-se à envergadura da assistência.
Depois, em 10 de abril, Maduro anunciou um acordo com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) para que a Venezuela recebesse ajuda humanitária.
O governo e o CICV concordaram em "trabalhar em conjunto com as agências da ONU para levar à Venezuela toda a ajuda humanitária que puder ser trazida", disse o presidente na época.
Segundo a ONG Codevida, que defende os direitos dos pacientes, cerca de 300 mil pessoas estão em "condição de alto risco" e requerem tratamento urgente.
O presidente da Cruz Vermelha Venezuelana, Mario Villarroel, que recebeu o carregamento, pediu que se evite "a politização dessa grande conquista".
"Reafirmamos que a ajuda será distribuída conforme os princípios fundamentais do nosso movimento, especialmente os de neutralidade, imparcialidade e independência", afirmou.
A assistência chega em um momento crítico, já que, em 28 de abril, entrará em vigor um embargo petroleiro dos Estados Unidos contra a Venezuela. O país obtém 96% de sua receita do petróleo, o que pode agravar ainda mais a situação socioeconômica.
Durante grande parte da era chavista, iniciada em 1999, o Estado foi o principal importador de alimentos e remédios, mas os altos e baixos nos preços do petróleo e a queda da produção contraíram dramaticamente essas compras.
As importações, de 66 bilhões de dólares em 2012, serão de apenas 7,8 bilhões de dólares este ano, segundo a consultoria Ecoanalítica.
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