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Após vitória da esquerda nas eleições alemãs, ainda não há definição de novo governo

O bloco conservador, do qual a chanceler Angela Merkel faz parte, obteve o pior resultado de sua história, mas ainda tem possibilidade de tentar formar governo, caso os sociais-democratas falhem na tarefa

(Foto: REUTERS/Hannibal Hanschke)
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Opera Mundi - As eleições parlamentares alemãs deste domingo (26/09) terminaram com o SPD (Partido Social-Democrata da Alemanha) pouco à frente, segundo o resultado divulgado na madrugada desta segunda (27/09) pelo Bundeswahlleiter, o órgão que gerencia o pleito no país.

O bloco conservador (CDU+CSU, conhecido como União), do qual a chanceler Angela Merkel faz parte, obteve o pior resultado de sua história, mas ainda tem possibilidade de tentar formar governo, caso os sociais-democratas falhem na tarefa.

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Os números mostram, também, que a definição do novo governo vai exigir uma coalizão de três partidos – algo inédito na Alemanha. E, por isso, as negociações devem durar meses, abrindo caminho para que Merkel quebre o recorde de Helmut Kohl (1930-2017) e se torne a chanceler que mais tempo permaneceu no cargo: basta que não haja governo formado até 19 de dezembro deste ano.

O SPD terminou a apuração com 206 assentos, e a União CDU+CSU com 196. Por isso, o atual vice-chanceler, Olaf Scholz, terá prioridade para tentar liderar as negociações de coalizão do próximo Parlamento, mas existe a possibilidade de que a União também tente formar governo.

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Verdes, o novo fiel da balança na Alemanha

Por outro lado, os ambientalistas do Verdes tiveram o melhor resultado de sua história e se tornaram o fiel da balança de uma coalizão: sem eles, nem SPD, nem União conseguirão ter um governo de maioria estável, a não ser que estes dois se juntem – algo considerado improvável pelos líderes de ambas agremiações.

Isso, claro, se os liberais do FDP (Partido Liberal-Democrata), que terminaram em quarto lugar, aceitarem fazer parte da coalizão. Se, antes da votação, Christian Lindner, líder do partido, dizia que preferia se coligar com os conservadores, neste domingo já preferiu não se comprometer com ninguém, deixando em aberto a hipótese de que poderia participar de um governo com SPD e Verdes. Segundo ele, “não é tão fácil ler o resultado destas eleições”.

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A afirmação também foi uma maneira de não fechar totalmente as portas para uma coligação com a União. Armin Laschet, o candidato da CDU, disse em seu primeiro discurso após o fechamento das urnas que quer liderar o próximo governo. No entanto, ele evitou responder, quando questionado por jornalistas, se isso não seria ferir a vontade do eleitor, que deu mais votos ao SPD.

Outro partido que perdeu votos em relação à última eleição em 2017 foi a extremista AfD (Alternativa para a Alemanha), de ultradireita. Além disso, por conta do crescimento substancial dos Verdes e do FDP, a agremiação deve perder a primazia de liderar a oposição ao governo, como faz hoje. Esse papel deverá ser desempenhado ou pela União, ou pelos Verdes, ou pelo SPD, a depender da montagem do governo.

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A Esquerda e a cláusula de barreira

Por fim, a esquerda, representada por Die Linke, teve o pior resultado desde 2002, quando, ainda se chamando PDS, obteve 4% dos votos e perdeu o status de bloco partidário no Parlamento. 

Die Linke (que significa ‘A Esquerda’) ficou com 4,9%, abaixo do mínimo da cláusula de barreira. Porém, permaneceu no parlamento após conseguir três assentos de primeiro voto. 

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O sistema eleitoral alemão é diferente do brasileiro e cada eleitor tem direito a dois votos: o primeiro, chamado de mandato direto, escolhe um candidato do distrito onde esse eleitor mora. O segundo voto é dado a um partido, que apresenta uma lista de candidatos. Metade do Bundestag é escolhido pelo mandato direto; a outra, pelos votos nas listas. 

O segundo voto serve justamente para garantir que os partidos estejam proporcionalmente representados a partir dos resultados eleitorais. Por esse motivo, o número de cadeiras no Parlamento se altera de uma eleição para outra, já que elas vão sendo sucessivamente criadas a fim de manter a proporcionalidade. 

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Se um partido não atinge os 5% ou obtém ao menos três mandatos diretos, não perde os mandatos, mas deixa de ser considerado um bloco partidário e perde força no Parlamento.

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