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Ativista palestino-brasileiro fala à TV 247 após detenção pelo Panamá

Shehada disse que durante o interrogatório os agentes panamenhos receberam instruções em diferentes idiomas, e ele acredita que estavam falando com agentes dos EUA e de Israel

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Por Nathália Urban (Kawsachun News/247) - O presidente do Instituto Brasil Palestina (Ibraspal) foi detido e torturado no Panamá há pouco mais de uma semana. O Dr. Ahmad Shehada pegaria um voo de conexão no Aeroporto Internacional de Tocumen, a caminho de Bogotá, para participar de uma cúpula da UPAL (União Palestina na América Latina), quando sem motivo algum foi detido pelas autoridades panamenhas, que confiscaram seu passaporte e o levaram para uma sala onde foi mantido preso.

O Dr. Ahmad Shehada, dupla nacionalidade, nasceu na Palestina e vive no Brasil desde 1986. Em sua primeira entrevista sobre o assunto para a TV 247, Shehada disse: “Eu fui mantido incomunicável; os grupos palestinos panamenhos e a embaixada brasileira estavam todos procurando por mim no aeroporto, mas não conseguiram me encontrar. Eles me levaram para diferentes salas”.

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Dr. Shehada disse que durante o interrogatório, os agentes panamenhos receberam instruções em diferentes idiomas, e ele acredita que estavam falando com agentes dos Estados Unidos e de Israel. “Se tivéssemos Bolsonaro como nosso presidente, eu teria sido vendido para os israelenses.”

Shehada acredita que a única razão pela qual ele conseguiu voltar ao Brasil foi a pressão de Brasília para sua libertação. Ele diz que as autoridades panamenhas estavam questionando-o por suas conexões na política brasileira e com ministros do governo.

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Diplomatas brasileiros pressionaram as autoridades do Panamá para saber as razões de sua detenção, mas não obtiveram resposta, já que nenhum crime foi cometido. “Minha detenção foi política, eles estavam cooperando com as políticas terroristas dos EUA e de Israel”, disse Ahmad.

As perguntas feitas durante o interrogatório e as fotos que mostraram a Shehada o fizeram suspeitar que a Mossad também estava envolvida. Durante a entrevista, o Dr. Shehada agradeceu várias vezes ao governo brasileiro, dizendo “Eu acredito que se ainda tivéssemos o outro governo (de Bolsonaro) eles teriam me vendido”.

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Ele disse que funcionários do governo, incluindo o ministro da Comunicação Social, Paulo Pimenta, e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, foram vitais para sua libertação. Paulo Pimenta telefonou para ele dizendo “o governo está fazendo tudo o que podemos para trazê-lo para casa”.

O Dr. Shehada também recebeu apoio na forma de pressão de ativistas brasileiros internacionalmente por sua libertação. Ele agradeceu a todos os coletivos palestinos que se solidarizaram com ele, mas disse que a situação é abominável. "Um terceiro país tentou entregar um cidadão brasileiro inocente a um quarto país, eles poderiam ter me deportado, mas não, eles me mantiveram lá sem qualquer motivo ou acusação, provavelmente tentando encontrar uma desculpa para me enviar para Israel, havia muitos voos para o Brasil para eles me deportarem, ou até mesmo para a Colômbia, para que eu pudesse continuar minha viagem, em vez disso, a escolha deles foi me manter lá por 2 dias".

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O Dr. Shehada também recebeu apoio na forma de pressão de ativistas brasileiros internacionalmente por sua libertação. Ele agradeceu a todos os coletivos palestinos que se solidarizaram com ele, mas disse que a situação é abominável. "Um terceiro país tentou entregar um cidadão brasileiro inocente a um quarto país, eles poderiam ter me deportado, mas não, eles me mantiveram lá sem qualquer motivo ou acusação, provavelmente tentando encontrar uma desculpa para me enviar para Israel, havia muitos voos para o Brasil para eles me deportarem, ou até mesmo para a Colômbia, para que eu pudesse continuar minha viagem, em vez disso, a escolha deles foi me manter lá por 2 dias".

Não foi a primeira vez. Em 2019, ele também foi escoltado por policiais no Peru por tentar participar de uma conferência de solidariedade com a Palestina.

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Violações dos direitos humanos

A autoridade diplomática brasileira estava preocupada com o bem-estar do Dr. Shehada, e com razão, pois ele está atualmente em tratamento contra o câncer. Ele disse que o governo brasileiro havia alertado as autoridades panamenhas sobre isso, e que, mesmo sabendo de seus problemas de saúde, ele ainda foi negado acesso a medicamentos e comida. "Depois de 32 horas, eles me deram um pedaço de pão com salsicha, eles sabiam que eu sou muçulmano e ainda tentaram me alimentar com porco".

Ahmed considera o que o Panamá fez com ele como uma forma de sequestro e disse: "Eles sabiam que se me enviassem para Israel, estariam me enviando para a minha morte, eu teria sido torturado e morto lá".

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Pedido para o Brasil

O Instituto Brasil-Palestina tem trabalhado para fazer do Brasil parte das negociações de paz na Palestina novamente. Shehada disse: "em nome de todos os palestinos, peço a este governo, que é o lar das pessoas que amamos e confiamos. Nós, palestinos, vimos que o Brasil parecia interessado em mediar a paz entre Ucrânia e Rússia. Mas por que não mediar as conversas entre os palestinos e os israelenses? Queremos o Brasil como mediador ativo. Os principais grupos de resistência palestinos querem o Brasil lá. O país não precisa esperar, os palestinos nos dão a oportunidade de agir em nome da paz no maior conflito político do Oriente Médio. Estamos convidando o Brasil para ajudar a resolver essa situação".

Shehada expressou em várias ocasiões a confiança e amor que os palestinos têm pelo atual governo brasileiro, dizendo que Lula provou ser um verdadeiro aliado da causa palestina. Em 2010, durante uma visita à Cisjordânia ocupada, o presidente se recusou a visitar o túmulo de Theodor Herzl, o pai da ideologia sionista. Em vez disso, ele visitou o túmulo de Yasser Arafat em Ramallah. Lula também apoiou a candidatura de Ramallah para se tornar membro da ONU.

Lula e o Partido dos Trabalhadores têm um compromisso público com a causa palestina e, do ponto de vista diplomático, o Brasil como país sempre apoiou a causa e a integridade territorial. Jair Bolsonaro, que abertamente apoiou o sionismo e foi endossado por Netanyahu, foi uma exceção a essa tradição.

Durante seus dois primeiros mandatos (2003-2010), o presidente Lula manteve uma linha de defesa pelo direito à autodeterminação do povo palestino e por uma solução de dois estados, com as fronteiras de 1967 reconhecidas internacionalmente. Lula exigiu uma maior participação da comunidade internacional - em particular da ONU - na busca por uma solução para a ocupação e as constantes violações dos direitos do povo palestino.

Ahmed Shehada retornou ao Brasil após a difícil experiência de dois dias. Ele afirma que continuará lutando por sua terra natal a partir da segurança do Brasil e trabalhando com Ibraspal para fortalecer a relação entre as duas nações.

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