Carlos Ghosn diz que organizou fuga do Japão sozinho
Ex-executivo brasileiro informou em nota que a família não fez parte da articulação de seu plano de fuga para o Líbano. O país recebeu ordem de prisão da Interpol
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247 - O brasileiro Carlos Ghosn, ex-presidente da Renault-Nissan, informou nesta quinta-feira 2 ter organizado sozinho sua fuga do Japão para o Líbano, sem participação da sua família.
"Houve especulações na mídia de que minha esposa, Carole, e outros membros da minha família participaram da minha saída do Japão. Todas essas especulações são imprecisas e falsas", disse ele em um comunicado. "Só eu arranjei minha partida. Minha família não teve nenhum papel", acrescentou.
O Líbano anunciou também nesta quinta ter recebido um pedido de prisão da Interpol contra Ghosn. "O Ministério Público (...) recebeu um aviso vermelho da Interpol sobre o caso Carlos Ghosn", disse o ministro da Justiça libanês Albert Sarhane, citado pela agência de notícias oficial ANI.
Leia mais na reportagem da agência japonesa NHK, reproduzida pela Agência Brasil:
Promotores realizam buscas na residência de Carlos Ghosn
Ex-executivo da Nissan usou passaporte francês para deixar Japão
Promotores japoneses iniciaram buscas na residência onde o ex-presidente do conselho de administração da Nissan Motor, Carlos Ghosn, morava, em Tóquio, quando estava solto sob fiança.
A promotoria realizou buscas na residência no distrito de Minato na quinta-feira diante da suspeita de que Ghosn tenha deixado o Japão por meios ilegais.
O banco de dados da Agência do Serviço de Imigração não tem registro da partida de Ghosn do Japão.
A promotoria e a polícia estão buscando detalhes de como o executivo escapou do país.
Agências de notícias internacionais disseram que o advogado de Ghosn anunciou uma coletiva de imprensa a ser concedida no próximo dia 8, em Beirute.
As atenções estão voltadas para a possibilidade de Ghosn explicar como escapou enquanto estava solto sob fiança sem ser detectado pela imigração e outras autoridades.
Passaportes
A NHK apurou que Ghosn possui dois passaportes franceses, tendo recebido permissão de um tribunal japonês para que mantivesse um deles em uma caixa trancada.
O executivo partiu do Japão clandestinamente enquanto estava em liberdade sob fiança e chegou no Líbano na segunda-feira (30). De acordo com autoridades libanesas, um homem que acredita-se ser Ghosn mostrou um passaporte francês com o nome dele ao entrar no país.
Carlos Ghosn foi denunciado por suspeita de irregularidades financeiras no Japão. Ao ser libertado sob fiança, em abril, os advogados do executivo foram obrigados a reter os passaportes dele.
Os advogados ficaram de posse dos passaportes de Ghosn, emitidos por França, Brasil e Líbano, conforme estipulado nas condições de liberdade provisória.
Segundo fontes, a França havia emitido dois passaportes para o executivo por algum motivo e, inicialmente, os advogados estiveram de posse dos documentos.
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