Caso OCDE: cada vez mais o Brasil passará a ser excluído do jogo internacional
Análise é da doutora em Relações Internacionais pela USP Rachel Rocha, que disse que a retirada do apoio norte-americano ao Brasil evidencia que o Brasil será deixado ainda mais de lado no cenário internacional. "O governo brasileiro mostra que não sabe jogar o jogo conforme as regras. Hoje na verdade o que a gente está vendo é que o Brasil se curva aos Estados Unidos", disse
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Sputnik - Os Estados Unidos negaram o apoio prometido ao Brasil para entrar na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Segundo uma reportagem da agência Bloomberg, em carta enviada no fim de agosto à organização, os EUA preferiram apoiar o ingresso da Argentina e da Romênia como novos membros da OCDE, considerando o “critério cronológico”, segundo as fontes da agência, porque esses países haviam apresentado o pedido antes dos outros, inclusive do Brasil.
A notícia pega o governo brasileiro de surpresa já que em março deste ano, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, havia prometido ao presidente brasileiro Jair Bolsonaro que iria apoiar a entrada do Brasil na OCDE.
"Eu estou apoiando o Brasil para entrar na OCDE", disse Trump à época, no Salão Oval da Casa Branca, onde recebeu o presidente Jair Bolsonaro.
Em entrevista à Sputnik Brasil, Rachel Rocha, doutora em Relações Internacionais pela USP, disse que a falta de apoio dos EUA mostra que o Brasil será cada vez mais excluído no cenário internacional.
"O governo brasileiro mostra que não sabe jogar o jogo conforme as regras e cada vez mais o Brasil vai passar a ser excluído desse jogo internacional", disse.
Para Rachel Rocha, o governo do presidente Jair Bolsonaro está "se curvando aos Estados Unidos".
"Hoje na verdade o que a gente está vendo é que o Brasil se curva aos Estados Unidos. O Brasil se deixa ser tomado pelo governo norte-americano. Eles estão tomando vantagens em diversas pautas. Seja comercial, migratória, agendas de defesa. São diversas as frentes onde essas vantagens estão sendo ganhas pelos Estados Unidos", afirmou.
Raquel Rocha disse que a a falta de habilidade do governo brasileiro em lidar com a crise dos incêndios na Amazônia, acabaram gerando desconfianças sobre qual seria a postura do Brasil em órgãos como a OCDE.
"A imagem brasileira no cenário internacional está cada vez mais frágil, os danos que estão sendo feitos em termos de país que antigamente era visto como mediador, como um braço forte em termos diplomáticos, resolução de conflitos e inclusive um nome forte dentro da OMC", disse.
O Brasil se candidatou como membro da OCDE em maio de 2017. A organização internacional é composta por 36 países e sua sede fica em Paris, na França.
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