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Com os pés, o povo venezuelano já começou a votar

A Venezuela que se prepara para mais uma eleição é um país transformado. Já não há analfabetos, o país paga o mais alto salário mínino da região e tem o título dado pela Cepal de nação menos desigual da América Latina

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* artigo originalmente publicado na Carta Maior

Caracas vive uma profunda tristeza pela perda de Hugo Chávez. Mas esta tristeza vem sendo largamente superada pela decisão do povo venezuelano de levar adiante a obra de seu comandante. Os depoimentos, colhidos das pessoas mais simples, são cristalinos de uma convicção popular que vai se consolidando de maneira cada vez mais elevada: a Revolução Bolivariana tem que continuar.

De acordo com a Constituição Bolivariana, elaborada a partir da promessa eleitoral cumprida por Chávez de que convocaria uma Assembleia Constituinte se eleito, será necessário realizar nova eleição presidencial dentro do prazo de 30 dias.

E a Constituição, que possui um dos mais avançados textos de todo o mundo, referendada pelo voto popular, será cumprida. Como tem sido o processo da Revolução Bolivariana, desde o início. Apesar disso, os países imperiais e a oligarquia nativa continuam, absurdamente, acusando a Chávez de autoritário e ditador, quando realizou, em apenas 14 anos, 16 eleições, plebiscitos e referendos, dos quais venceu 5 e respeitou o resultado daquele que perdeu, democraticamente.

A Venezuela que se prepara para mais uma eleição é um país transformado. Já não há analfabetos, o país paga o mais alto salário mínino da região e tem o título dado pela Cepal de nação menos desigual da América Latina. Andando por Caracas, é possível ver os novos prédios construídos pelo governo Chávez em pouco mais de três anos, no programa Casa Equipada, pelo qual milhares de famílias desabrigadas por chuvas torrenciais e destruidoras receberam do estado a casa e os equipamentos domésticos, a serem pagos a módica taxa de 25 bolívares por mês pelo prazo de 25 anos. 

É o equivalente a um lanche ou a 30 jornais ‘Correio del Orinoco’, fundado por Bolívar e ressuscitado por Chávez , e no qual trabalhou o pernambucano General Abreu e Lima, companheiro do Libertador, mas quase desconhecido no Brasil, não fora o presidente recém falecido tê-lo retirado do ostracismo. 

A Venezuela foi profundamente transformada por Chávez. Por isso, os setores conservadores e os céticos jamais estão a ponto de compreender a razão de as filas para o povo dar o último adeus a Chávez terem quilômetros e quilômetros, serem incessantes, 24 horas, noite e dia, com mais de dois milhões de pessoas, com crianças no colo, anciãos de cadeiras de roda ou amparado pelos mais jovens, fazendo esta demonstração de adesão, de amor, e enviando uma mensagem ao mundo.

Filas que continuam a crescer, pois se noticia que novas caravanas estão chegando a Caracas trazendo o povo mais humilde, os trabalhadores, jovens e crianças. A tal ponto que o governo foi obrigado a ampliar o velório por sete dias, para que todos possam homenagear o líder que criou outra consciência política no seu povo, com o seu exemplo de dedicação, de valentia e de desprendimento.

Alguns intelectuais tinham dúvida sobre o sucessor, afirmavam que ele foi centralizador e não construiu um. Os mais de dois milhões de populares num único dia são o sinal de que Chávez multiplicou a consciência do povo venezuelano, construiu milhões de militantes, cada qual com um exemplar da Constituição no bolso, sacando-o diante de qualquer debate político, e enfrentado com argumentos lógicos, democráticos, inteligentes e com a visão popular sobre a política.

Neste momento, realiza-se uma homenagem de chefes de estado. Os mais aplaudidos foram, sem dúvida, Mahmud Ahmadinejad, presidente do Irã, e Raul Castro, presidente de Cuba. Alias, pode-se assistir pela Telesur imagens de Cuba, onde uma imensa fila, com quilômetros de cubanos, presta, desde quinta-feira (7), na Praça da Revolução, sua homenagem ao presidente Hugo Chávez. A presença de tantos países e de chefes de Estado é indicador da obra internacionalista e construtiva de Hugo Chávez. Aqui estão desde Sean Pen a representantes do Vietnã. A Venezuela hoje é um país respeitado em todo o mundo, e impulsiona uma política de cooperação e integração, por meio de tantas iniciativas como Alba, Telesur, Petrosur, Petrocaribe, Celac e Banco do Sul.

A presença da Orquestra Simon Bolívar, regida pelo maestro Gustavo Dudamel, e com a presença do maestro Jose Abreu, idealizador do mais generoso projeto que tem o objetivo de incorporar um milhão e meio de crianças na atividade musical, retirando-as de áreas de risco, é uma expressão do humanismo que marcou sempre a gestão de Chávez. 

Por isso mesmo, em seu funeral, junto aos ideais revolucionários, também está a música popular, com harpa e maracas, tocando o coração de todo o mundo, um argumento sonoro e imagético deste povo bolivariano que diz ao mundo que se prepara para os novos desafios e que quer defender, com sua vida, se necessário, a continuidade da Revolução Bolivariana. Por isso, dando adeus a Chávez, milhões de venezuelanos estão votando com os pés... para seguir com as ideias e continuar a obra de Hugo Chávez.

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