Forças francesas retomam região estratégica no Mali
Tropas expulsaram insurgentes de área que vai de Timbuktu à Gao, no norte do país, e agora buscam por rebeldes remanescentes
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Opera Mundi - Tropas francesas e malinesas continuaram nesta segunda-feira (28/01) a avançar em direção ao norte do Mali com a retomada da cidade ancestral de Timbuktu. Desde junho do ano passado, grupos insurgentes dominavam essa região do país e agora foram obrigados a recuar.
Com o apoio de jatos franceses, centenas de oficiais retomaram o controle das rotas de acesso à cidade e iniciaram operações terrestres no local sem encontrar resistência dos rebeldes. De acordo com agências internacionais, os principais pontos estratégicos de Timbuktu já estão sob domínio dos franceses e as tropas iniciaram buscas por insurgentes remanescentes.
Os grupos armados deixaram a cidade neste sábado (26/01) com a notícia do avanço das tropas aliadas ao governo. Alguns relatos afirmam que os rebeldes destruíram casas e edifícios históricos antes de partir, deixando um cenário de devastação por onde passaram.
A operação em Timbuktu, localizada a 960 quilômetros da capital Bamako, faz parte da investida das tropas aliadas ao governo nos territórios marginais ao rio do Niger, que estava, até agora, sob o controle dos insurgentes. Em menos de 48 horas, os militares conseguiram reconquistar a área que vai desde Timbuktu a Gao – outra importante cidade.
Jatos franceses bombardearam pelo menos 20 vezes a região e, em seguida, as tropas iniciaram as operações terrestres.
Neste domingo (27/01), os militares asseguraram o controle de Gao depois de um dia de enfrentamento com os rebeldes. A cidade é a maior conquistada pelas forças aliadas ao governo desde o dia 11 de janeiro.
O porta-voz das Forças Armadas da França, coronel Thierry Burkhard, informou que os grupos terroristas foram destruídos ou partiram rumo aos seus bastiões no norte.
Intervenção francesa
Grande parte do norte do Mali estava sob o controle de diferentes grupos insurgentes desde junho do ano passado. No início de janeiro, essas organizações armadas iniciaram avanço ao sul, onde está localizado o centro do poder administrativo malinês, e conseguiram conquistar importantes cidades.
Surpreendido pela investida militar, o presidente interino do país africano, Dioncounda Traoré, pediu ajuda da França para controlar essas organizações. O presidente francês, François Hollande, decidiu realizar a intervenção militar no dia 11 de janeiro, depois de acordo com Traoré. A “Operação Serval” já levou 2 mil oficiais franceses ao país africano. Nas próximas semanas, estima-se que o número de tropas deve chegar a 1,7 mil, totalizando 2,5 mil oficiais.
Em pouco mais de duas semanas de intervenção francesa, as forças aliadas ao governo malinês conseguiram garantir o recuo das organizações armadas e avanços significantes para a recuperação do controle territorial do país. De acordo com relatos citados por agências internacionais, muitos militantes abandonaram suas posições e convergiram para a fortaleza rebelde, a região montanhosa próxima à Kidal a 1,5 mil quilômetros da capital.
Riquezas minerais
Autoridades francesas asseguram que a intervenção está relacionada à luta de combate ao terrorismo na região do Sahel. Eles apontam a existência de grupos vinculados à organização da Al Qaeda que podem ameaçar a segurança da Europa.
Especialistas, no entanto, indicam outros motivos para a ação francesa no país africano. Além de questões políticas internas, como a baixa popularidade de Hollande, os analistas lembram que o Mali possui muitas riquezas naturais importantes para a França, como o urânio.
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