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“I have a dream”: manifestação antirracista em Washington lembra discurso de Martin Luther King

Depois de Kenosha e do mundo do esporte, a revolta antirracista deve tomar conta de Washington. A agressão policial contra Jacob Blake, no último domingo (23), reacendeu os protestos nos Estados Unidos

Rev. Martin Luther King Jr. (C) leads other civil rights leaders and marchers during the March on Washington for Jobs and Freedom in this August 28, 1963 file photo shot by U.S. Information Agency photographer Rowland Scherman and provided to Reuters by the U.S. National Archives in Washington on August 21, 2013. In the coming week, Washington will play host to an array of events marking the 50th anniversary of the march and speech. REUTERS/Rowland Scherman/U.S. Information Agency/U.S. National Archives (UNITED STATES - Tags: POLITICS ANNIVERSARY) ATTENTION EDITORS - THIS IMAGE WAS PROVIDED BY A THIRD PARTY. FOR EDITORIAL USE ONLY. NOT FOR SALE FOR MARKETING OR ADVERTISING CAMPAIGNS.THIS PICTURE IS DISTRIBUTED EXACTLY AS RECEIVED BY REUTERS, AS A SERVICE TO CLIENTS (Foto: HANDOUT)
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RFI - Depois de Kenosha e do mundo do esporte, a revolta antirracista deve tomar conta de Washington. A agressão policial contra Jacob Blake, no último domingo (23), reacendeu os protestos nos Estados Unidos. Milhares de pessoas são esperadas nesta sexta-feira (28) em Washington para uma manifestação pelo aniversário do icônico discurso de Martin Luther King, “I have a dream” (Eu tenho um sonho), de 1963.

Em seu discurso histórico e frequentemente evocado, King imaginou uma época em que seus filhos “viveriam em uma nação onde não seriam julgados pela cor de sua pele, mas pelo conteúdo de seu caráter”. Seu 57º aniversário ocorre meio à agitação racial e protestos em todo o país. Intitulado "Tire o Joelho do Pescoço", o movimento desta sexta-feira faz referência a George Floyd, um outro americano negro sufocado por um policial branco em 25 de maio, em Minneapolis. Derek Chauvin manteve seu joelho contra o pescoço da vítima por quase nove minutos, cuja morte gerou um movimento de protesto não visto há décadas nos Estados Unidos e pelo mundo.gro sufocado por um policial branco em 25 de maio, em Minneapolis. Derek Chauvin manteve seu joelho contra o pescoço da vítima por quase nove minutos, cuja morte gerou um movimento de protesto não visto há décadas nos Estados Unidos e pelo mundo.

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A mobilização voltou a ganhar força no último domingo (23), na cidade de Kenosha, no estado de Wisconsin, após o caso Jacob Blake. O homem negro de 29 anos foi baleado sete vezes pelas costas à queima-roupa por um policial branco, sob o olhar atento de seus três filhos pequenos. De acordo com seu advogado, ele ficará com sequelas irreversíveis, inclusive paralisia.

O autor dos disparos, o policial Rusten Sheskey, foi demitido, mas não foi preso ou acusado, motivando ainda mais o sentimento popular de injustiça.  O Departamento de Justiça de Wisconsin divulgou nesta sexta-feira os nomes dos outros dois policiais envolvidos, Vincent Arenas e Brittany Meronek, acrescentando que dois dos três policiais tentaram sem sucesso usar seu taser para tentar deter Jacob Blake antes que ele tentasse entrar em seu veículo, onde uma faca foi encontrada.

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A NBA na linha de frente

Por três noites, os protestos em Kenosha foram marcados pela violência, que deixou dois mortos e uma pessoa gravemente ferida. Kyle Rittenhouse, de 17 anos, que se juntou a grupos de homens brancos armados sob a justificativa de "proteger" a cidade, foi preso e acusado de assassinato. Ele é suspeito de ter aberto fogo contra manifestantes.

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Depois dessa tragédia, o clima de tensão diminuiu nesta quinta-feira (27) em Kenosha. O reverendo Jesse Jackson, uma célebre personalidade da comunidade negra, fez um apelo por atos pacíficos, artistas urbanos escreveram mensagens conciliadoras pelas ruas e até policiais locais elogiaram a atitude dos manifestantes.

O sentimento de indignação, no entanto, continuou a se espalhar no mundo dos esportes. Após a decisão dos jogadores de basquete do Milwaukee Bucks de boicotar um jogo, a NBA teve que adiar diversas partidas nesta quarta (26) e quinta-feira, esperando poder retomar a competição nesta sexta-feira ou no sábado (29).

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Em solidariedade ao movimento, a tenista japonesa Naomi Osaka se recusou a disputar a semifinal do torneio de Cincinnati, em que os organizadores adiaram todas as partidas. Jogos de futebol e de beisebol também foram adiados. "Mudanças não acontecem apenas pela fala! Acontecem por meio da ação e devem acontecer AGORA!", tuitou a superestrela do Lakers, LeBron James, usando o hashtag "Black Lives Matter".

Violência nas manifestações vira estratégia de campanha

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O presidente Donald Trump, que mantém um discurso firme para conquistar um segundo mandato, ironizou a “pouca audiência” dos jogos da NBA, a quem acusou de ser uma "organização política". Sem dizer uma única palavra sobre Jacob Blake, o presidente republicano se concentrou até agora em criticar a violência em torno das manifestações, e jurou que não toleraria "a anarquia nas ruas americanas".

Na noite desta quinta-feira, Trump aceitou formalmente a nomeação de seu partido como candidato presidencial em 3 de novembro, afirmando-se como um defensor da "lei e da ordem". "Se o Partido Democrata quer ficar do lado dos anarquistas, agitadores, desordeiros, saqueadores e queimadores de bandeiras, isso é problema deles, mas como presidente, eu me recuso", declarou.

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Biden, a quem o presidente acusa de negligência, revidou. "Tudo o que o governo faz é colocar lenha na fogueira", disse, criticando Donald Trump por "querer desviar a atenção" de sua má gestão da pandemia de Covid-19.

A companheira de chapa de Biden, a senadora negra Kamala Harris, foi direto ao ponto, pedindo que não se confunda manifestantes pacíficos com aqueles que cometem atos de violência. “Sejamos claros, não vamos deixar milícias e extremistas descarrilarem o trem da Justiça”, acrescentou, uma vez que o presidente tem sustentado insistentemente o direito dos americanos à autodefesa.

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