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No Brasil, Maduro busca legitimidade arranhada

Presidente da Venezuela chega ao Brasil e, no primeiro compromisso de sua agenda, encontra-se com Lula e Rui Falcão, do PT; próximo tête-à-tête será com presidente Dilma; assim como Hugo Chávez, Maduro vê no país e seu governo de esquerda a melhor base de sustentação para estabilizar internacionalmente sua administração na Venezuela; discurso bolivariano de campanha vai sendo trocado por pragmatismo

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247 – Ainda nos tempos de Fernando Henrique Cardoso no governo brasileiro, o então presidente Hugo Chávez, da Venezuela, acostumou-se a telefonar até seis vezes ao dia para o Palácio do Planalto. Falava de tudo, com pedidos de apoio para projetos em comum a análises da política mundial. O mesmo deverá acontecer com o atual presidente do país vizinho, Nicolás Maduro. Em sua primeira viagem internacional desde a chegada a poder ele escolheu o Brasil como destino.

Nesta quinta-feira 9, Maduro, ao desembarcar com o séquito típico de assessores, procurou o ex-presidente Lula e o presidente do PT, Rui Falcão, para ter sua primeira conversa. As informações sobre o conteúdo do encontro ainda não foram divulgadas, mas sem dúvida Maduro narrou aos políticos brasileiros suas agruras para superar a situação inicial de instabilidade política provocada pela apertada vitória sobre o candidato da oposição, Henrique Capriles. Neste momento, num processo lento, os votos, como queria a oposição, estão sendo recontados, mas é pouco provável que o quadro se inverta.

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A presidente Dilma Rousseff receberá Maduro, conforme a agenda oficial, às 16h30 – e ambos conversarão, entre outros assuntos, sobre as parcerias das estatais de petróleo Petrobras e PDVSA, em curso. Mas novamente deverá ser a política o principal assunto entre eles. A posse de Maduro ainda não foi de todo digerida pelo principal parceiro comercial venezuelano, os Estados Unidos. Dilma poderá se dispor a ajudar na suavização dessas relações, além de entrar na costura mais direta com os governos ideologicamente próximos na América do Sul, como Bolívia, Equador, Uruguai e Argentina.

Ao contrário do que ocorreu na campanha, depois de ser empossado, no tumultuado período pós-eleitoral, Maduro arquivou o discurso bolivariano radical, repleto de provocações contra os Estados Unidos. Ele poderá, no Brasil, confirmar essa nova fase e iniciar, depois dos percalços, finalmente o seu governo. Neste sentido, a visita de Maduro, para ele, é de total importância, enquanto para o governo brasileiro é uma consolidação de bom relacionamento existente há décadas.

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Abaixo, reportagem da Agência Brasil a respeito da visita de Maduro ao Brasil:

Maduro desembarca em Brasília e deve retornar ainda hoje à Venezuela

Renata Giraldi e Danilo Macedo
Repórteres da Agência Brasil

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Brasília – O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, chegou a Brasília por volta das 13h40. Da Base Aérea de Brasília, Maduro deve seguir para a Embaixada da Venezuela no Brasil. Às16h, o venezuelano se reúne com a presidenta Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, e uma declaração à imprensa está prevista para o final da tarde. O encontro teve os horários alterados porque o voo de Maduro oriundo de Buenos Aires (Argentina) atrasou. A previsão é que ele retorne ainda hoje para a Venezuela.

Maduro chega a Brasília depois de ir a Buenos Aires (Argentina) e Montevidéu (Uruguai). As autoridades brasileiras informaram que a visita visa a incrementar as iniciativas de integração produtiva, segurança alimentar, políticas públicas, saúde e desenvolvimento social e tecnológico. Os dois países também apoiam iniciativas de cooperação trilateral no Caribe cujo foco é baseado na agricultura familiar e no desenvolvimento social.

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O comércio entre o Brasil e a Venezuela aumentou sete vezes entre 2003 e 2012. No ano passado, o comércio bilateral alcançou o recorde histórico de US$ 6,05 bilhões. As exportações brasileiras de manufaturados para a Venezuela cresceram 30% em 2012, alcançando 65% da pauta exportadora.

O processo de adesão da Venezuela ao Mercosul segue o cronograma acordado pelo bloco, com a adoção da nomenclatura comum e o início da convergência à Tarifa Externa Comum. A visita de Maduro ocorre no momento em que a oposição na Venezuela, liderada por Henrique Capriles, candidato à Presidência derrotado, levanta dúvidas sobre a lisura do processo eleitoral. Maduro venceu Capriles por pouco mais de 200 mil votos.

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Edição: Juliana Andrade

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