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Nomeação de Crivella para embaixador visa resolver 'problema interno' de Bolsonaro, diz historiador Benjamin Fogel

“A mensagem que o governo Bolsonaro está enviando à África do Sul é inequívoca: a política africana foi negociada com a IURD em troca de apoio interno", diz o historiador e jornalista Benjamin Fogel sobre a nomeação do ex-prefeito Marcelo Crivella para chefiar a embaixada do Brasil na África do Sul

Benjamin Fogel e Marcelo Crivella (Foto: Reprodução | Tânia Rêgo/Agência Brasil)
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247 - O jornalista e historiador Benjamin Fogel observa, em um artigo publicado no jornal sul-africano Daily Maverick,  que apesar do Brasil e África do Sul serem aliados de possuírem interesses comuns “nada disso parece importar para o governo cada vez mais autoritário de Bolsonaro, que acaba de nomear Marcelo Crivella , bispo evangélico e o pior prefeito da história do Rio de Janeiro, como novo embaixador do Brasil na África do Sul”. "O que a África do Sul fez para merecer que o Brasil enviasse tal figura para servir como seu embaixador a um supostamente importante parceiro diplomático?", pergunta ele no texto. 

“Crivella não só é totalmente inadequado para um cargo diplomático tão importante, mas também enfrenta acusações criminais em andamento relacionadas à suposta gestão de uma organização criminosa fora da Prefeitura do Rio. E se isso não bastasse, ele repetidamente expressou sentimentos abertamente racistas sobre os sul-africanos e a África”, destaca Fogel. 

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“Os motivos da nomeação são tão óbvios quanto prejudiciais às relações entre o Brasil e a África do Sul. O Brasil tem uma das maiores populações evangélicas do mundo que é um dos principais apoiadores do governo Bolsonaro. A Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), ou Igreja Universal do Reino de Deus, chefiada pelo pastor bilionário Edir Macedo , que por acaso também é tio de Crivella, é a igreja evangélica mais poderosa do Brasi”, afirma Fogel. 

O historiador avalia que  o objetivo da nomeação de Crivella “é usar a prestigiosa posição diplomática na África do Sul para resolver um problema interno. Crivella trabalharia como um enviado especial para questões evangélicas, que daria pouca ou nenhuma atenção às relações bilaterais”.

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 “A mensagem que o governo Bolsonaro está enviando à África do Sul é inequívoca: a política africana foi negociada com a IURD em troca de apoio interno. Isso representa uma forma de captura de estado em que uma igreja pode usar importantes postos diplomáticos para perseguir seus próprios interesses privados por meio do estado brasileiro”, assegura. 

Em sua avaliação, “o governo sul-africano deveria se recusar a aceitar Crivella como o principal representante diplomático do Brasil” e deveria “não apenas agir contra esta nomeação, mas lançar uma investigação séria sobre as atividades da Igreja Universal no país”.

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