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    O significado do 15-M

    "Revoluo dos indignados", que quase derrubou o primeiro-ministro Zapatero, j uma fora poltica na Espanha

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    247 – No dia 15 de maio, jovens começaram a armar barracas numa das praças centrais de Madri. Em função da data, batizaram o movimento como 15-M e causaram um terremoto político na Espanha. Expuseram o caos da economia do país, onde 40% dos jovens são desempregados, e fizeram com que o primeiro-ministro Jose Luiz Zapatero sofresse a sua mais dura derrota nas eleições municipais de 22 de maio – um dia depois, já se discutia a renúncia de Zapatero e falava-se na “revolução dos indignados”.

    No dia de ontem, na Marcha da Liberdade, em São Paulo, havia jovens que carregavam cartazes em solidariedade ao 15-M, que foi duramente reprimido pela polícia espanhola, assim como os manifestantes paulistanos que tentaram, uma semana antes, realizar a Marcha da Maconha. No dia de ontem, no entanto, ficou claro que o que os jovens pedem vai muito além do direito de acender um baseado sem correr o risco de dormir na cadeia.

    Na passeata paulista, ouviam-se gritos por democracia direta. E o mote do 15-M no Twitter é justamente #democraciarealya, ou seja, democracia real, direta, aqui e agora.

    Em sua edição de hoje, o jornal Público, um dos mais relevantes da Espanha, traz uma reportagem especial sobre o significado do 15-M, com depoimentos de diversos cientistas políticos. Eis algumas conclusões:

    1) O 15-M veio para ficar e não poderá ser manipulado pelas esquerdas tradicionais

    2) As demandas do 15-M representam a “utopia com os pés no chão”

    3) O movimento expõe a crise da democracia representativa e a necessidade de uma participação mais direta dos cidadãos no processo político

    4) O 15-M poderá voltar a ocupar as praças espanholas a qualquer momento porque se organiza através das redes sociais

     Ouvido pelo jornal Público, o cientista político Juantxo Lopez de Uralde, ex-diretor do Greenpeace, faz um alerta: “É um polo de cidadãos ativos, que nenhuma força política poderá ignorar daqui para a frente”.

    Até agora, o 15-M apresentou quatro bandeiras: (1) reforma eleitoral; (2) luta contra a corrupção; (3) separação efetiva de poderes e (4) controle dos cidadãos sobre a política. “Como pode ser utópico pedirmos aquilo que está na lei?”, indaga Juan Cobo, um dos porta-vozes do 15-M.

    Há um aroma de maio de 1968 no ar.

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