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Por que a abertura de embaixadas brasileiras na África por Lula foi uma boa ideia?

Os países africanos, ricos em recursos minerais e energéticos, mostram altas taxas de crescimento das suas economias, bem como um aumento no consumo de bens e serviços. Entenda, na reportagem da agência russa Sputnik, por que o continente pode ser a chave para o futuro do comércio da América Latina

Os países africanos, ricos em recursos minerais e energéticos, mostram altas taxas de crescimento das suas economias, bem como um aumento no consumo de bens e serviços. Entenda, na reportagem da agência russa Sputnik, por que o continente pode ser a chave para o futuro do comércio da América Latina (Foto: Gisele Federicce)
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Sputnik Brasil - Os países africanos, ricos em recursos minerais e energéticos, mostram altas taxas de crescimento das suas economias, bem como um aumento no consumo de bens e serviços. Entenda por que o continente pode ser a chave para o futuro do comércio da América Latina.

 
A África está passando por um período de forte crescimento do seu Produto Interno Bruto (PIB). O continente é rico em recursos minerais e energéticos, que são exportados para todo o mundo.

Seu mercado com mais de um bilhão de habitantes, abandonado pelos países desenvolvidos, pode ser uma oportunidade única para as economias emergentes, explicou à Sputnik Mundo Ignacio Bartesaghi, diretor do Departamento de Negócios Internacionais e Integração da Universidade Católica do Uruguai.

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"A África cresce a taxas bem interessantes que vão superar os prometidos níveis internacionais de crescimento – 4,3% em 2018, o que ultrapassa amplamente as perspectivas da América Latina. Mais do que isso, há um crescimento do consumo, um fenómeno de urbanização notório, por isso o consumo de bens e serviços se torna cada vez maior e merece atenção", disse Bartesaghi.

Os países africanos atravessam "processos de integração muito profundos", que incluem acordos de comércio livre, uniões econômicas e mercados comuns. Segundo o especialista, eles têm "uma rede de acordos, a mais complexa que existe a nível internacional", embora muitos deles permaneçam apenas no papel devido aos conflitos ou falta de infraestrutura. Esses laços intercontinentais contrastam com a escassez de ligações comerciais com outras regiões, explica o especialista.

Mais do que isso, enquanto o Norte e o Sul da África apresentam altas taxas de desenvolvimento, o centro do continente fica atrás em temos de infraestrutura. Os conflitos tribais e a instabilidade política em alguns países dificultam sua capacidade de se tornar atores importantes no comércio internacional. De acordo com Bartesaghi, para entrar no mercado africano, "a América Latina têm de ter uma estratégia definida que ainda não tem".

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O Brasil é o ator latino-americano que tem relações mais desenvolvidas com os países africanos. O processo se intensificou nos últimos 15 anos. Sob a presidência de Luiz Inácio Lula da Silva, o gigante sul-americano apontou a sua política ao outro lado do Atlântico e abriu suas embaixadas nos países africanos para aumentar sua presença. Hoje, o Brasil exporta medicamentos e bens industriais como plásticos, madeira, veículos ou máquinas. Atualmente a exportação brasileira para os países africanos atinge cerca de oito bilhões de dólares. 

Outro país é a Argentina, que exporta produtos similares e cuja exportação é de cinco bilhões de dólares, disse o especialista. Assim, ambos os países encontraram na África uma via para diversificar seus mercados e exportar seus produtos para os quais havia barreiras. 

"Observamos que cada vez mais países africanos estão incorporando normas internacionais que favorecem o ambiente de negócios, por isso temos que acompanhar esta questão de perto", afirmou Bartesaghi.

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As economias emergentes tais como a Rússia ou a Índia também estão observando as oportunidades na África através de relações estratégicas. Mas o exemplo "mais patente" é a China, disse o especialista.

"Há mais de 3,5 mil empresas chinesas na África e os investimentos que estão sendo realizados em portos e ferrovias para ter acesso aos recursos minerais coloca o gigante asiático em um lugar privilegiado em uma zona do mundo que por muito tempo foi abandonada pelas potências clássicas como os EUA e a Europa", sublinhou.

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