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Apos mortes, principal organização indígena rompe diálogo com governo do Equador

"Nós somos o povo, não assassinos. Ver meus companheiros morrerem é escandaloso. Pedi uma radicalização da nossa luta em nível nacional", diz o presidente da Confederação das Nacionalidades Indígenas do Equador (CONAIE), Jaime Vargas

(Foto: REUTERS/Ivan Alvarado)
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Éric Samson, da RFI - No Equador, as principais organizações indígenas romperam todas as pontes com o governo. Nesse segundo dia de greve geral, a agenda das comunidades indígenas não é mais apenas o fim das medidas econômicas recentes, mas a queda do presidente Lenín Moreno. A situação se tornou muito tensa na noite de quarta-feira (9), após a dura intervenção da polícia contra os nativos. Quatro mil índios furiosos mantêm presos oito policiais na Casa de Cultura de Quito nesta quinta-feira (10), a quem desejam submeter à justiça indígena.

Oficialmente, pelo menos cinco pessoas morreram desde o início das manifestações no Equador. A polícia jogou gás lacrimogêneo nas instalações da universidade onde os índios estavam descansando na quarta-feira à noite, o que agravou consideravelmente o conflito, explica Jaime Vargas, presidente da Confederação das Nacionalidades Indígenas do país (CONAIE). "Nós somos o povo, não assassinos. Ver meus companheiros morrerem é escandaloso. Pedi uma radicalização da nossa luta em nível nacional", afirmou Vargas.

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Jaime Vargas não hesitou em convocar os militares à desobediência civil, em nome da causa indígena: "Junte-se ao povo, em nome de Deus. Recuse as ordens deste presidente traidor, mentiroso e ladrão. Senhor comandante das Forças Armadas, retire seu apoio a este homem deficiente de merda", conclamou.

Para dar mais peso a seu chamado, o líder da CONAIE ameaçou a fonte da principal renda do país, depois dos impostos: "Camaradas, acabei de ordenar o bloqueio de toda a produção de petróleo do país na região amazônica”, disse Jaime Vargas, que anunciou a chegada na capital equatoriana de 2.000 indígenas conhecidos como os guerreiros da Amazônia.

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Transferência da capital

Diante da pior crise de seu mandato, Lenín Moreno transferiu na segunda-feira a sede do governo de Quito para Guayaquil (sudoeste).

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Ele voltou brevemente na quarta-feira à capital. Na ocasião, dezenas de milhares de nativos atravessaram a cidade, numa manifestação relativamente calma, com poucos confrontos entre jovens e policiais.

"Eu vim a Quito para anunciar que já temos os primeiros resultados em relação a um diálogo", disse Moreno, antes de partir para Guayaquil. Realmente, contatos foram feitos entre o governo e os manifestantes, mediados pelas Nações Unidas e pela Igreja Católica.

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Apesar da perspectiva otimista do presidente, o líder indígena Salvador Quishpe disse que "a mobilização não terminou". O pré-requisito exigido pelos nativos - que representam 25% dos 17,3 milhões de equatorianos - é claro: um recuona decisão de acabar com os subsídios aos combustíveis, que elevou os preços da bomba em mais de 100%. E a partir desta quinta-feira, os manifestantes também pedem o fim do governo de Moreno.

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