Scholz ajuda EUA a encobrir sabotagem do Nord Stream, diz Seymour Hersh
Em seu artigo na plataforma Substack, o jornalista lembrou que o político alemão visitou os Estados Unidos no início de março
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Sputnik Brasil - O chefe do governo alemão, Olaf Scholz, tem apoiado as tentativas de Washington de encobrir informações sobre a sabotagem do gasoduto Nord Stream (Corrente do Norte) desde o outono europeu, relatou o jornalista Seymour Hersh, autor da investigação sobre o envolvimento dos EUA nas explosões do gasoduto.
Em seu artigo na plataforma Substack ele lembrou que o político alemão visitou os Estados Unidos no início de março.
"A viagem incluiu apenas dois eventos públicos – uma breve troca pro forma de elogios entre Biden e Scholz perante o corpo de imprensa da Casa Branca, sem permissão de perguntas; e uma entrevista para a CNN com Scholz por Fareed Zakaria, que não tocou nas alegações do gasoduto", escreveu o jornalista.
Entretanto, Hersh acrescenta que foi revelado mais tarde que os dois líderes tiveram uma reunião de 80 minutos, durante a qual na maior parte do tempo nem sequer os assistentes estavam presentes. Nenhuma declaração oficial foi emitida após essa conversa.
Hersh indica também que à Agência Central de Inteligência (CIA na sigla em inglês) e à inteligência alemã foi ordenado para preparar uma versão alternativa para a mídia sobre as explosões do gasoduto.
"Como resultado [das conversas] alguns elementos da Agência Central de Inteligência foram instruídos a preparar um encobrimento em colaboração com a inteligência alemã que forneceria à imprensa norte-americana e alemã uma versão alternativa da destruição do Nord Stream 2", diz o artigo.
História dos gasodutos Nord Stream
Os ataques ocorreram simultaneamente em 26 de setembro de 2022 nos dois gasodutos russo-alemães que transportavam gás natural russo para a Europa – o Nord Stream 1 e Nord Stream 2.
A operadora dos gasodutos, a Nord Stream AG, informou que a situação de emergência nos gasodutos foi inédita e que o tempo de reparos não poderia ser avaliado.
A Alemanha, a Dinamarca e a Suécia não descartam que tenha sido um ato de sabotagem e iniciaram investigações, ainda sem resultado.
O presidente russo, Vladimir Putin, disse que a explosão dos gasodutos foi um óbvio ato de terrorismo.
O Pentágono tem negado qualquer envolvimento dos EUA.
Segundo a versão do jornalista norte-americano Seymour Hersh, os explosivos nos gasodutos foram plantados por especialistas estadunidenses, apoiados por mergulhadores noruegueses, sob a cobertura do exercício BALTOPS 2022 da OTAN, que decorreu em junho de 2022. Ele acredita que a operação foi realizada sob ordens diretas da Casa Branca.
Recentemente, o New York Times noticiou, com base em dados de inteligência, que um grupo pró-ucraniano teria estado por trás da sabotagem dos gasodutos Nord Stream.
O jornal alemão Die Zeit escreveu que os vestígios do ataque aos gasodutos apontam na direção da Ucrânia.
O Ministério Público Federal alemão confirmou à Sputnik que foram realizadas buscas em um navio alegadamente carregado com materiais para explodir o Nord Stream.
No entanto, o porta-voz presidencial russo Dmitry Peskov chamou as publicações que apontam para o envolvimento da Ucrânia de "operação coordenada de desinformação".
Ele expressou perplexidade quanto à capacidade das autoridades norte-americanas, mencionadas nas publicações, de fazerem suposições sobre ataques terroristas ao Nord Stream sem antes haver uma investigação.
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