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Antes da eleição, Ciro loteia governo com partidos de direita

Ciro Gomes jantou na terça com líderes dos partidos de direita DEM, PP, PRB e SD e prometeu que eles participarão da elaboração do programa eleitoral e nos rumos de seu governo; o grupo deixou claro a Ciro que, em caso de coligação, não admitirão que o PT assuma papel de protagonismo se o pedetista for ao segundo turno; leilão da direita continuou nesta quarta, com Alckmin, que passou o dia em reuniões com DEM, PRB, PTB, PP, PSD e Pros

O pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, participa de evento em São Paulo 18/06/2018 REUTERS/Paulo Whitaker (Foto: Mauro Lopes)
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247 - Ciro Gomes jantou na terça-feira em Brasília com líderes dos partidos de direita DEM, PP, PRB e SD e prometeu que essas legendas participarão da elaboração do programa eleitoral do pré-candidato, na tomada de decisões durante a campanha eleitoral e nos rumos do governo, segundo quatro fontes ouvidas pelo Valor Econômico. O grupo deixou claro para Ciro que, em caso de coligação, não admitirão que o PT assuma papel de protagonismo se o pedetista for ao segundo turno. O leilão da direita continuou ontem, desta vez com Geraldo Alckmin, que passou o dia em reuniões com os presidentes do DEM, PRB, PTB PP, PSD e Pros.

Tudo indica que o poder de sedução de Ciro é maior que o de Alckmin sobre o segmento da direita em disputa. Segundo os presidentes do Solidariedade, deputado Paulinho da Força (SP), e do PRB, Marcos Pereira, o pedetista disse que o programa ainda não está pronto e prometeu incorporar parte das propostas desse grupo ao documento, mas não se chegou a discutir quais pontos entrariam.

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O discurso procurou desfazer a "fofoca", nas palavras de um aliado de Ciro, de quando ele disse que gostaria do apoio de DEM e PP, mas que primeiro fecharia aliança com PSB e PCdoB para garantir a "hegemonia moral e intelectual" da coligação.

Ao mesmo tempo, o irmão de Ciro, Cid, governador do Ceará eleito em 2006 e 2010 e um dos principais articuladores da pré-candidatura, concedeu entrevista à Folha de S.Paulo na qual assegurou que o fato de o DEM ter sido um dos sustentáculos do golpe, da reforma trabalhista e da emenda do teto de gastos sociais não impedirá a aliança: "Se olhar para trás, tudo bem, estávamos em campos opostos, mas estamos olhando para frente. Sobre essas questões, Ciro tem posicionamento claro. Nós não vamos pedir um mea-culpa de ninguém. Todos os partidos que se dispuserem a apoiar o projeto serão bem-vindos, sem preconceito ideológico". Quanto ao PT, Ciro teria assegurado no jantar que o partido de Lula será mantido de lado. "Ciro deixou claro que vai governar prioritariamente com quem estiver construindo o projeto desde o início", disse uma fonte.

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Os líderes partidários de direita que jantaram com Ciro preferiram falar mais das convergências do que das divergências na reunião. A reforma da Previdência seria um dos ponto em comum. O pré-candidato defendeu na reunião que é preciso unificar os regimes dos servidores públicos e o da iniciativa privada e cortar privilégios de corporações. "Todo mundo defende isso", disse Paulinho.

O Teto de Gastos, aprovado no governo Temer e que Ciro promete revogar, é um dos pontos de divergência. Mas o pré-candidato explicou que, na sua visão, a limitação é errada porque contava com a reforma da Previdência, que não ocorreu. Sem isso, o teto comprime as despesas com educação e saúde e é danoso ao país.

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O tom conciliador e de responsabilidade fiscal aumentou as simpatias no grupo à aliança, que está, contudo, longe de uma definição. A conversa foi apenas o primeiro encontro entre os dois grupos. Ciro afirmou que esses partidos têm pré-candidatos e que "não tem interesse de tirar ninguém", mas que sabe que precisa construir governabilidade se eleito e que gostaria de contar com esses partidos, se não na eleição, durante seu governo.

Quem participou do jantar garante que não se tratou ainda da "política real": esse grupo de siglas quer o comando do Congresso em 2019, espaço no governo e apoios regionais a seus candidatos. Esses assuntos, porém, teriam ficado de fora da reunião. "Na política há certas formalidades. No primeiro encontro você não pode passar de um beijo", brinca um dos presentes.

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O encontro, na casa de um empresário amigo de Maia, durou até por volta da 1h e só acabou porque Ciro teria um voo cedo. Participaram os presidentes de DEM, PP, PRB, PDT e SD, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (RJ) - que é pré-candidato pelo DEM à Presidência - e o deputado federal Mário Heringer (PDT-MG).

O PSC, que também tem integrado o grupo, não participou do jantar. O PRB foi, mas cobra reunião com seu pré-candidato, o empresário Flávio Rocha, na próxima semana. "Foi uma ótima conversa, mas não sei se há espaço para avançar", disse Marcos Pereira. "Temos 30 dias para decidir", afirmou Paulinho.

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Leia a entrevista com Cid Gomes aqui e a reportagem original sobre o jantar aqui,

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