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Cerco do PMDB limita movimentos de Dilma

A presidente foi encaixotada por um partido que não é o seu?; para onde olhe, Dilma Rousseff tem na vice-presidência Michel Temer, Henrique Alves, presidente da Câmara, segundo na linha sucessória, e no terceiro o presidente do Senado Renan Calheiros; o líder do governo entre os senadores é Eduardo Braga; todos são do PMDB; escolhido líder da bancada do partido na Câmara, Eduardo Cunha é uma das raposas mais felpudas do Congresso; acostumado a pedir e obter, como o partido vai se comportar doravante?

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247 – Pode dar ressaca. Com a eleição de Henrique Eduardo Alves, do Rio Grande do Norte, para a presidência da Câmara do Deputados, o PMDB passou a ocupar o primeiro, segundo e terceiro postos na linha sucessória da presidente Dilma Rousseff. Quando, por exemplo, ela viajar ao exterior, como acontece rotineiramente, quem assume é o vice Michel Temer. Caso ambos estejam fora do País simultaneamente, a caneta recai sobre as mãos de Alves. E se este resolver, com os outros dois, ultrapassar as fronteiras nacionais, a Presidência será exercida por Renan Calheiros, presidente do Senado.

Para falar em nome de sua administração no Senado, a presidente também tem um peemedebista, o ex-governador do Amazonas Eduardo Braga. E na Câmara, onde as articulações quase sempre são mais ruidosas, o PMDB escolheu como líder uma felpuda raposa política, o fluminense Eduardo Cunha. Não será surpresa se ele passar a se movimentar nos bastidores com mais fluência do que poderão fazer o líder do governo Arlindo Chinaglia (PT) e o líder da bancada petista José Guimarães.

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Entre os governadores, os dois dos Estados mais populosos estão com o PSDB – Geraldo Alckmin, em São Paulo, e Antonio Anastasia, em Minas. O de terceira maior densidade eleitoral, o Rio de Janeiro, é do PMDB, Sérgio Cabral. Além dele, o partido detém mais quatro Estados e cinco ministérios.

Com toda essa força, para o bem ou para o mal o partido de Dilma, o PT, executou a escolha de ter um aliado hiper preferencial. Com 87 deputados federais, a legenda da estrela de cinco pontas concentrou-se em agradar, com o apoio de Henrique Alves, o PMDB com 81 parlamentares. Na base aliada, porém, ainda é cedo para se verificar quais serão as reações ao privilégio. PSD, prestes a ganhar um ministério, com 51 parlamentares, PSB e PDT, com, respectivamente, 27 e 26 deputados, somam nada menos que 101 votos. Se eles se rebelarem, ou exigirem mais compensações por seus papeis de coadjuvantes, o governo poderá ter de ceder à sua, até aqui, política de tentar manter o Congresso à distância.

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Pedir, e obter, é tradição do PMDB. O último candidato a presidente da República lançado pelo partido foi Ulysses Guimarães, em 1989. Mas a legenda chegou a deter a Presidência da República, entre 1992 e 1994, com Itamar Franco que, no entanto, havia concorrido às urnas como vice de Fernando Collor, pelo PRN. O também ex-presidente José Sarney, egresso da UDN e da Arena, só se mudou para o PMDB depois de ter exercido o cargo, mas apoiou-se na legenda para ser presidente do Senado por três vezes. O partido, assim, mesmo sem concorrer diretamente nas urnas, chega, por um ou outro meio, ao poder. Uma vocação única.

Uma das razões para a aliança preferencial do PT com o PMDB é tentar empurrar os tucanos do PSDB para o limite da sua existência. Sufocar o oxigênio da legenda, ganhando espaço com seus próprios quadros ou por meio do grande aliado, é uma das justificativas internas para ceder ao partido as duas casas legislativas, sem luta. As primeiras necessidades do governo no Congresso irão definir até que ponto a escolha foi correta. A aposta da presidente Dilma é toda nessa direção. Ela já se comprometeu com o vice-presidente Michel Temer a repetir, em 2014, a chapa vitoriosa em 2010. Com força redobrada pelas vitórias de Renan e Alves no Senado e na Câmara, agora é que o PMDB dificilmente não vai deixar de cobrar essa promessa. Provavelmente com juros e correção.

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