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Josias: mesmo rachado, PSDB fecha coreografia

Para blogueiro, no comando do partido, senador Aécio Neves ganha presença pesada na TV sem poder ser acusado de propaganda antecipada à Presidência de 2014

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247 – Ao anunciar Aécio Neves no comando do PSDB, partido garante presença pesada na TV do provável candidato tucano à Presidência em 2014 sem poder ser acusado de propaganda antecipada. É o que destaca Josias de Souza em artigo. Leia:

No comando do PSDB, Aécio vai à TV em maio

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“Assuma a presidência do PSDB”, disse o governador paulista, Geraldo Alckmin, ao senador mineiro, Aécio Neves, em congresso realizado na noite passada na sede do do partido, em São Paulo. Era a frase que faltava ao presidenciável tucano para se lançar e ser aclamado presidente da legenda em convenção marcada para 19 de maio, em Brasília.

Na semana seguinte, Aécio vai expor a voz e o rosto de candidato ao Planalto no rádio e na tevê. Ele será a estrela da propaganda institucional do PSDB. Entronizado na presidência, poderá exibir-se aos eleitores em rede nacional sem o risco de os adversários o acionarem judicialmente por fazer campanha extemporânea e ilegal.

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Nos meses seguintes, até o final do ano, Aécio desfilará suas pretensões eleitorais pelos quatro cantos do país. Como mandachuva formal do partido, terá as despesas pagas com as verbas públicas do fundo partidário.

“Nós do PSDB não temos sequer o direito de frustrar o Brasil e não apresentar uma proposta alternativa a isso tudo que está aí”, disse Aécio no congresso do tucanato paulista, sem esmiuçar os planos. “O PT abdicou de ter um projeto de país para ter exclusivamente um projeto de poder”, declarou, batendo no couro de um bumbo que já havia tocado em entrevista ao blog no mês passado.

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Ensaiada nos últimos 40 dias, a coreografia de São Paulo representou para Aécio a ultrapassagem do segundo estágio do seu empreendimento presidencial. A primeira etapa fora vencida nas eleições municipais do ano passado. Ao romper a aliança que mantinha em Belo Horizonte com o prefeito Márcio Lacerda (PSB), o PT estimulou Dilma Rousseff a atravessar o Rubicão mineiro.

A presidente gritou ‘alea jacta est’, patrocinou a candidatura do petista Patrus Ananias e foi às lanças. Julgava-se diante de uma oportunidade para trincar as ambições nacionais de Aécio, derrotando-o na província. Deu errado. Bem avaliado, Lacerda prevaleceu no primeiro turno. Venceu abraçado a Aécio. Ficou entendido que Minas Gerais não se inclui entre as debilidades do tucano.

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Faltava a Aécio a anuência de São Paulo. A aprovação veio no congresso desta segunda-feira. Pela metade, mas veio. A própria frase de Alckmin foi arrancada meio a fórceps. Há uma semana, em reunião com outros governadores tucanos no apartamento basiliense de Aécio, Alckmin manifestara restrições à ideia de entregar o comando do partido ao senador.

José Serra preferiu viajar aos EUA no sábado (23) a enfiar na empada de Aécio a azeitona da sua presença na pajelança desta segunda. De resto, explicitada em enquete, a divisão da bancada de deputados estaduais e federais de São Paulo mostra que os tucanatos da garoa abraçam Aécio meio que empurrados, na base do vai ou racha.

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A novidade é que Aécio e os bicos graúdos do PSDB decidiram tocar o barco assim mesmo, rachado. Como o sapo do escritor mineiro Guimarães Rosa –que pula por precisão, não por boniteza —o tucanato percebeu que não convém ficar parado. Atrás vem gente. Mais precisamente Eduardo Campos, o emergente do PSB. Sem mencionar o fato de que, tomada pelo Datafolha, Marina Silva (Rede) já vai à frente.

É hora de o PSDB “diversificar”, disse Fernando Henrique Cardoso, em discurso que precedeu as falas de Alckmin e de Aécio. Por “diversificar” entenda-se: 1) virar a página de Serra; 2) transferir o epicentro do PSDB de São Paulo para Minas.

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Numa evidência de que o PSDB continua sendo a velha agremiação de sempre –um ajustamento de amigos 100% feito de inimigos— FHC sentiu a compulsão de dizer: “Estamos aqui para mostrar que o partido está unido e seguirá unido.”

Completou: “Sabemos governar, já demos lição, agora o que o PSDB precisa é de um banho de povo.” Vivo, Garrincha diria: “Beleza. Só falta combinar com os russos?”

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