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Poder

Temer na presidência mata os projetos Alckmin e Aécio

Caso consiga chegar à presidência por meio de um impeachment sem crime de responsabilidade que tem o apoio de industriais, banqueiros e grupos de comunicação, o vice-presidente Michel Temer será o candidato natural do capital à sua própria sucessão, em 2018; embora o senador Aécio Neves (PSDB-MG) tenha dito que Temer irá encaminhar uma emenda propondo o fim da reeleição, nada indica que a mudança, que não interessa nem a prefeitos nem a governadores, seria aprovada; na prática, tucanos que se colocaram a serviço do golpe terão que se contentar em servir como linha auxiliar do PMDB e do projeto Temer; no poder, vice poderia se beneficiar, ainda, da recuperação de uma economia que foi artificialmente deprimida pela crise política

Caso consiga chegar à presidência por meio de um impeachment sem crime de responsabilidade que tem o apoio de industriais, banqueiros e grupos de comunicação, o vice-presidente Michel Temer será o candidato natural do capital à sua própria sucessão, em 2018; embora o senador Aécio Neves (PSDB-MG) tenha dito que Temer irá encaminhar uma emenda propondo o fim da reeleição, nada indica que a mudança, que não interessa nem a prefeitos nem a governadores, seria aprovada; na prática, tucanos que se colocaram a serviço do golpe terão que se contentar em servir como linha auxiliar do PMDB e do projeto Temer; no poder, vice poderia se beneficiar, ainda, da recuperação de uma economia que foi artificialmente deprimida pela crise política (Foto: Leonardo Attuch)
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247 – Justiça seja feita: o senador Aécio Neves (PSDB-MG) tem muito mais responsabilidade pela situação atual da política brasileira do que o vice-presidente Michel Temer. Foi Aécio, ao não aceitar o resultado das urnas, aliando-se a Eduardo Cunha (PMDB-RJ), quem criou as condições para um impeachment sem crime de responsabilidade, que poderá manchar para sempre a história do Brasil. Temer é apenas seu beneficiário.

No entanto, embora tenha sido o motor da crise, Aécio será tragado por ela. Caso Temer consiga efetivamente chegar ao poder pela via indireta, ele será o candidato natural do capital à sua própria sucessão, em 2018, tomando um lugar antes ocupado pelos candidatos do PSDB.

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Primeiro, porque o projeto Temer tem hoje o apoio de banqueiros e setores industriais, incluindo a CNI e a Fiesp, sem falar nos grupos de comunicação familiares, que estão engajados no golpe desde a posse da presidente Dilma Rousseff. Além disso, o vice deve se beneficiar de uma rápida recuperação da economia, caso demonstre capacidade de estabilizar a política – só nos últimos dois dias, nada menos que US$ 13 bilhões foram comprados pelo Banco Central para impedir uma queda maior do dólar (leia mais aqui).

Ou seja: em pouco tempo, a valorização do real poderá trazer para baixo a inflação e criar condições de bem-estar para a classe média, que voltaria a fazer compras em Miami.

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Fim da reeleição?

Em entrevista publicada ontem no jornal Valor Econômico, o senador Aécio Neves afirmou que o vice Michel Temer se comprometeu a encaminhar ao Congresso uma emenda propondo o fim da reeleição. No entanto, mesmo que o faça, nada indica que a medida, que não interessa nem a prefeitos, nem a governadores, seria aprovada.

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Além disso, um Temer, que chegasse ao poder com a mancha da ilegitimidade, faria de tudo para reescrever seu nome na História de forma mais digna, com uma vitória eleitoral.

Temer no poder mata não apenas o projeto Aécio, como também o projeto Alckmin. Além de ser a aposta atual do capital, não haveria espaço para dois paulistas em 2018. E se isso não bastasse, o tucano que terá mais força na nova ordem de poder será o senador José Serra (PSDB-SP), adversário interno de Aécio e Alckmin na guerra pelo espólio tucano.

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Aécio, que tentou provocar o impeachment desde o dia da derrota nas eleições presidenciais, sai da crise como um dos grandes derrotados. Alckmin, que antes dizia que não se pode derrubar uma presidente por um "motivo fútil" como as pedaladas, também terá que renunciar às ambições presidenciais.

Ao PSDB, restou o papel de linha auxiliar do projeto Temer. A esse respeito, leia ainda o artigo do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), sobre a "agonia dos tucanos".

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