¶Judoca cresceu na Cidade de Deus, mesma região onde conquistou o ouro. Começou a fazer judô com 5 anos para se afastar da violência do local. Depois de muitos percalços, a brasileira acredita que pode agora virar exemplo para muitas crianças pobres do país. "Eu saí da comunidade e meu professor sempre falava que eu tinha uma agressividade diferente, que queria transformar para o esporte... eu cresci me superando e isso foi fundamental para minha medalha", disse Rafaela, de 24 anos, após conquistar o primeiro ouro do Brasil na Rio 2016
¶O titular da Delegacia de Combate às Drogas da Polícia Civil do Rio de Janeiro (Dcod), delegado Felipe Curi, foi baleado durante uma operação policial contra o tráfico de drogas no Complexo do Alemão, na zona norte da cidade do Rio; segundo a Polícia Civil, o ferimento não foi grave e o delegado passa bem; a chamada Operação Germânia envolve 450 policiais civis e militares, que buscam cumprir mandados de prisão contra suspeitos de integrar a quadrilha responsável pelo comércio de drogas na região.
¶Página “Eu empregada doméstica”, criada na última terça (19) já acumula mais de 75 mil curtidas. A criadora da página, a rapper e professora de história Joyce Fernandes (Preta-Rara), trabalhou durante sete anos como empregada doméstica em Santos (SP). “Eu estava cozinhando e lembrei das coisas que aconteciam quando eu era empregada doméstica. Resolvi postar um episódio no meu perfil, quando eu vi, já tinha 3, 50, 100 curtidas”. Este foi o pontapé inicial para que ela criasse a página: “Não era só a minha história, várias mulheres começaram a me falar situações parecidas”. A seguir, o relato que deu início à #EuEmpregadaDoméstica: "Joyce, você foi contratada pra cozinhar pra minha família e não pra vc. Por favor, traga marmita e ukm par de talheres e se possível com antes de nós na mesa da cozinha; Não é por nada tá filha, só pra gente manter a ordem da casa"
¶Deputado estadual Paulo Ramos (PSOL), presidente da CPI que investiga o aumento do número de mortes e incapacitações de profissionais de segurança pública no Rio, disse que há muito tempo a política de segurança pública está baseada na "eliminação do inimigo" e citou como exemplo os Estados Unidos, que não usam mais essa política de ocupação de território; "A ocupação de território acarreta baixas, e os americanos perderam milhares de soldados nas guerras de que participaram nos últimos anos", disse
¶A última rodada da fase de grupos da Copa UPP 2016 (02 e 03/07) – campeonato de futebol que reúne policiais e moradores de comunidades com Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) – se destacou pela emoção das equipes classificadas e pela briga cada vez mais acirrada pela artilharia do torneio
¶A Flipzona, que tem programação própria durante a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), reuniu autores de três diferentes periferias brasileiras para falar sobre o que os leva a escrever, os obstáculos que enfrentam e como suas origens estão presentes em sua obra; confira suas visões sobre a arte literária
¶A juíza Angélica dos Santos Costa, do Plantão Judiciário do TJ-RJ, determinou nesta quinta-feira a suspensão de buscas domiciliares e cumprimento de mandados de prisão no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, durante o horário noturno; de acordo com a decisão, o secretário estadual de Segurança Pública, o comandante-geral da Polícia Militar, do Bope e do Batalhão de Choque da corporação serão intimados para que adotem imediatamente providências necessárias para manter a ordem e a tranquilidade pública no local da incursão; o objetivo é que seja garantido o direito de ir e vir da população local
¶O criador de um dos mais famosos saraus da capital paulista, Sérgio Vaz, lança “em casa” o oitavo livro de seus mais de 25 anos de poesia. Flores de Alvenaria será a vedete do Sarau da Cooperifa nesta terça-feira (28), a partir das 19h30, no Bar do Zé Batidão. A obra traz contos e poesias que abordam cotidiano na periferia e alma das ruas. As calçadas do subúrbio hoje e ontem, os amigos, o amor e o poder da poesia estão impressos no livro no qual Sérgio descortina um universo nem sempre visível aos olhos menos atentos. Em verso e prosa, o autor trata sobre educação, negritude, liberdade, sexo, empatia, entre outros temas
¶Depois de uma final triunfal no estádio de São Januário, em São Cristóvão, com direito a pênaltis para deixar ainda mais emocionante, a equipe da Vila Kennedy venceu a do Vidigal por 5x4, deixando para trás a vice colocação conquistada em 2015; durante dois meses, 1.050 moradores e policiais de 35 comunidades com UPP disputaram o torneio, que tem como principal objetivo aproximar a polícia da sociedade e também, moradores de diferentes áreas do Rio; desenvolvido pela Secretaria de Estado de Esporte, o projeto foi prestigiado, neste domingo, por ídolos do futebol mundial e pelos secretários de Segurança, José Mariano Beltrame, e de Esportes, Marco Antônio Cabral
¶"É preciso ser um atleta para sobreviver aos transportes públicos do Rio de Janeiro", afirma Marielle Franco em artigo para o Favela 247, onde relata suas agruras recentes, como queda sobre o motorista-cobrador de um ônibus após freada brusca; a dificuldade de ir do centro para a zona-oeste em composições lotadas e que atrasam; blitz e tiroteios. "Essas mazelas diárias desumanizam todas as relações sociais existentes no cotidiano, seja na mobilidade urbana ou na própria segurança pública. É preciso o empenho de todas e todos para desmascarar aqueles que mais de uma década dominam as instituições públicas do Estado. Não podemos aceitar o diagnóstico de que viver no Rio é, na verdade, uma luta diária por sobrevivência", afirma Marielle, que critica também a "racionalização" das linhas de ônibus
¶Maior parte dos moradores das comunidades ocupadas por Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs), no Rio de Janeiro, avalia positivamente a presença da polícia e manifesta o desejo de que essas ocupações continuem após a Olimpíada; dado é da pesquisa Dimensionamento dos Impactos Sociais das UPPs em Favelas Cariocas, que a Fundação Getulio Vargas (FGV) desenvolveu em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), divulgada nesta terça-feira, 5
¶Marielle Franco publicou artigo no Favela 247 lamentando a morte de José da Silva, 40, morto na semana passada pela polícia, e criticando as megaoperações policiais na Maré para recapturar o traficante Fat Family: "Essas incursões diárias retiram os direitos mais fundamentais da população que sobrevive nesses espaços, que são os direitos à vida, ao ensino e ao trabalho. O ir e vir é bloqueado pelos tiroteios e as pessoas precisam escolher entre ir ao trabalho, ir à escola ou ser baleada. Como ocorreu com a agente de Saúde na Maré, atingida no braço. Não podemos aceitar esse Estado de Exceção nas favelas do Rio de Janeiro. Quando os moradores em protesto trancam as principais ruas e vias da cidade em busca de visibilidade para seus mortos, questiona-se a legitimidade desta ação, mas silencia-se diante do massacre de negros, pobres e favelados. Não era só mais um Silva"
¶O jornalista britânico Misha Glenny, que publicou um livro sobre o traficante Nem da Rocinha, afirmou durante a Flip: "O dono do morro não é só o chefe do tráfico, ele é de fato o presidente da favela onde mora. Esse foi o caso com o Nem da Rocinha. Os três instrumentos de controle são primeiro o monopólio da violência, segundo, o apoio da comunidade, e terceiro, a corrupção da polícia". Sobre o futuro, Glenny diz: "Tenho medo que a situação depois dos Jogos Olímpicos estará muito pior, não somente no morro, mas no asfalto também. O morro e o asfalto, embora sejam muito separados, são intrinsecamente ligados, socialmente, economicamente e politicamente, mesmo que as pessoas não percebam"
¶Natasha Neri, antropóloga e professora de cinema, teve hoje (28) suas aulas na Maré canceladas por causa de uma operação militar para encontrar o traficante que fugiu do hospital no último dia 19. "Mais de 27 batalhões envolvidos em dezenas de incursões nas favelas do Comando Vermelho. E centenas de milhares de cidadãos oprimidos, violentados, tendo seu direito de ir e vir violado, sobrevivendo como podem às ações bélicas e ineficazes de combate ao tráfico e aos pobres", diz Natasha, que pergunta: "Que Estado é esse que manda uma tropa de guerra pra aterrorizar a Maré pela terceira vez em uma semana? Que deixa milhares de alunos de escolas particulares e públicas sem aula? Que manda policiais entrarem sem mandado nas casas e lajes das pessoas? Que manda veículos blindados atirarem contra a população?"
¶Marielle Franco escreveu artigo para o Favela 247 criticando o decreto de calamidade pública de Dornelles, que deveria ser usado apenas em casos de desastres que causem danos humanos, materiais e ambientais. Para Marielle, a calamidade pública foi causada pelos Megaeventos, que geraram a militarização das favelas e removeram mais de 80 mil pessoas: "Os desastres cotidianos das políticas voltadas para eventos passageiros continuarão massacrando a nossa gente (...). O Decreto do Dornelles é um tsunami hipócrita. Os governos do PMDB endividaram o estado com empréstimos abusivos e esvaziaram os cofres públicos com os benefícios fiscais aos megaempresários (...). Depois da tempestade, só virá bonança se o morro descer e a cidade acolher as reivindicações daqueles que sempre conviveram com a calamidade pública, a população mais pobre do estado"