Após ‘trancaço’ no MEC, Mendonça Filho demite vigilantes
Ministro interino da Educação dispensou, nesta quinta-feira 30, um grupo de 62 funcionários que prestavam serviço de segurança na pasta. O pretexto foi o ato realizado ontem na sede do MEC por profissionais de educação e integrantes de movimentos sociais contra o desmanche do Conselho Nacional de Educação
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247 - O ministro interino da Educação, Mendonça Filho, dispensou, nesta quinta-feira 30, um grupo de 62 funcionários que prestavam serviço de segurança na pasta. O pretexto foi o ato realizado ontem na sede do MEC por profissionais de educação e integrantes de movimentos sociais em defesa da educação pública e contra o desmanche do Conselho Nacional de Educação.
Na ocasião, Mendonça Filho foi impedido de entrar no ministério e teve que se deslocar, com assessores, para a sede da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão vinculado à pasta. Esta foi a primeira ocupação do MEC desde 2002. Mendonça Filho teve que chamar reforço policial para acabar com o trancaço na pasta.
Os manifestantes defenderam o restabelecimento da democracia e o fim dos retrocessos na educação, anunciados pelo governo interino. O decreto com a revogação da nomeação de 12 conselheiros do CNE, assinado pelo presidente interino, Michel Temer, em conjunto com Mendonça Filho, foi publicado terça-feira (28) no Diário Oficial da União. Os conselheiros foram nomeados no dia 11 de maio, um dia antes do afastamento da presidente Dilma Rousseff.
"A independência dos 24 conselheiros do CNE é garantida por mandatos de quatro anos. Em abril, ainda ministro, Mercadante publicou a lista das 39 entidades civis de educação que haviam feito indicações. Dilma fez as indicações a partir da lista de indicados, embora pudesse sacar do bolso metade dos conselheiros. Por terem sido nomeados por ela, estão sendo todos exonerados, apesar do mandato. Dane-se o regimento do CNE", reagiu Tereza Cruvinel, ex-EBC e colunista do 247.
Em pouco mais de um mês à frente do ministério, Mendonça Filho já se reuniu com o ator Alexandre Frota e representantes do Revoltados Online e apoiou a pauta da escola sem partido. Ele também cortou 90 mil vagas no Fies, não assinou acordo com o Sistema S que resultaria em 1,4 milhão de vagas no Pronatec, cancelou banco nacional de diplomas e chegou a causar pânico quando disse que talvez não tivesse recursos para fazer o Enem 2016.
O ministro também teve o nome envolvido em suspeita de esquema de corrupção. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, aponta suspeitas de pagamento de propina de R$ 100 mil, em 2014, para a campanha à reeleição de Mendonça para a Câmara dos Deputados.
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