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Brasília

Causa da morte de JK será discutida na Justiça

Contestado pela Comissão Nacional da Verdade (CNV) – que concluiu que o ex-presidente Juscelino Kubitschek não foi assassinado pela ditadura militar – o vereador Gilberto Natalini (PV-SP), presidente da Comissão Municipal da Verdade Vladimir Herzog (CMVVH), anunciou ontem (03) que vai ingressar com ação para impedir que a CVN divulgue a decisão em caráter definitivo. Natalini alega que a CNV está usando documentos e laudos da “polícia da ditadura” para tirar conclusões precipitadas 

Juscelino Kubitschek, President of Brazil, poses in front of a building in Brasilia, capital of Brazil, in 1960. (AP Photo) (Foto: Leonardo Araújo)
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Brasília 247 - Contestado pela Comissão Nacional da Verdade (CNV) – que concluiu que o ex-presidente Juscelino Kubitschek não foi assassinado pela ditadura militar – o vereador Gilberto Natalini (PV-SP) anunciou ontem (03) que vai ingressar com ação na Justiça para impedir que a CVN divulgue a decisão em caráter definitivo. Presidente da Comissão Municipal da Verdade Vladimir Herzog (CMVVH), Natalini argumenta que a CNV está usando documentos e laudos da “polícia da ditadura” para tirar conclusões precipitadas sobre a morte.

Segundo o parlamentar, a Comissão Nacional não está levando em consideração os depoimentos colhidos pelo grupo de São Paulo, que levou o colegiado Vladimir Herzog a declarar em dezembro passado que JK e o motorista foram alvo de complô do Regime Militar, que teria assassinado os dois. "A Comissão Nacional da Verdade defende a tese de que o acidente foi causado pelo ônibus da Cometa, que é a mesma versão defendida nos inquéritos do tempo da ditadura, feito pela polícia do Rio de Janeiro. Eles ouviram apenas uma testemunha por alguns minutos para chegar a essa conclusão", declara Natalini. 

"Em vez da perícia da polícia da ditadura, eu fico com o testemunho de um homem negro e pobre, que foi ouvido durante horas por nós e sequer foi levado em consideração pela Comissão Nacional", afirma o vereador, referindo-se ao motorista de ônibus Josias Nunes de Oliveira, que dirigia o ônibus que colidiu contra o carro de JK na noite do acidente, em agosto de 1976. Na época, Josias Nunes de Oliveira foi acusado no inquérito da polícia rodoviária de ter causado o acidente que provocou as mortes de JK e do motorista dele, Geraldo Ribeiro. No depoimento dado à Comissão Municipal da Verdade ano passado, contudo, Oliveira disse ter sido procurado por homens não identificados na época para assumir a culpa pela morte do ex-presidente, que era tido como inimigo do Regime Militar brasileiro. “Disseram que se eu pegasse o dinheiro e dissesse que sou culpado, o dinheiro era todo meu. Eles mostraram o dinheiro dentro da mala, eram notas antigas que o Juscelino mandou fazer de 500 cruzeiros. Não aceitei. Saíram do portão da minha casa e não voltaram mais”, declarou à época o motorista de ônibus.

"Tentamos marcar uma reunião com a Comissão Nacional, que disse que só nos receberiam se houvesse provas periciais diferentes das deles. Como não temos, a Procuradoria da Câmara nos orientou a pedir na Justiça o adiamento do relatório final deles, até que as testemunhas ouvidas por nós também sejam consideradas na análise do documento final”, explica Gilberto Natalini.

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