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Brasília

PF afasta delegado que coordenava grupo que investiga Jair Renan Bolsonaro

Troca no comando da PF em Brasília foi feita pelo diretor-geral da Polícia Federal, o bolsonarista Paulo Maiurino. O delegado Hugo de Barros Correia era responsável por conduzir investigações consideradas sensíveis ao governo Jair Bolsonaro

Jair Renan e Bolsonaro (Foto: Alan Santos/PR)
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Rede Brasil Atual - O diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino, decidiu substituir o delegado Hugo de Barros Correia do cargo de superintendente do órgão no Distrito Federal. É a superintendência do DF a responsável por dois dos principais inquéritos que hoje preocupam o presidente Jair Bolsonaro. Um deles é o inquérito das fake news, que mira em aliados do presidente. A outra investigação tem como alvo suposta prática de tráfico de influência envolvendo o filho “04”, Jair Renan Bolsonaro. Como superintendente, Correia não tocava tais investigações, mas coordenava o núcleo que apura os dois casos.

Para o seu lugar, Maiurino deve indicar um delegado do Rio de Janeiro, reduto da família Bolsonaro. Segundo o jornal O Estado de S.Paulo (Estadão), o delegado foi informado da “demissão” na noite de ontem (7), por telefone, sem maiores explicações. Correia completou pouco mais de cinco meses no cargo – foi alçado à chefia da unidade da PF no Distrito Federal em maio, no início da gestão de Maiurino.

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Ainda segundo o Estadão, a gota d’água foi a operação deflagrada ontem pela PF de busca e apreensão em endereço ligado a uma ex-estagiária do ministro Ricardo Lewandowski. Ela seria uma informante do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos infiltrada no STF. O diretor-geral da PF soube da operação pouco antes da deflagração.

Apurações

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A troca ocorre no momento em que a investigação que tem Jair Renan está bem avançada. A apuração foi aberta em março e mira em supostos crimes de tráfico de influência e lavagem de dinheiro praticados envolvendo o filho “04” de Bolsonaro em favor de um grupo empresarial do setor de mineração.

A proximidade entre o filho do presidente e outras companhias despertaram a atenção não só da PF e do Ministério Público Federal, mas também da CPI da Covid. Documentos obtidos pelo colegiado mostram que Jair Renan recorreu à ajuda de um lobista para abrir sua empresa privada em Brasília.

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Outra investigação tocada pela superintendência do DF é relacionada ao inquérito administrativo aberto no âmbito do TSE para apurar ataques ao sistema eleitoral e crimes de abuso de poder econômico e político, uso indevido dos meios de comunicação social, corrupção, fraude, condutas vedadas a agentes públicos. O caso foi aberto depois da “live” em que o presidente Jair Bolsonaro lançou uma série de informações falsas sobre as urnas eletrônicas.

Foi no âmbito dessa apuração que a PF no Distrito Federal sugeriu ao TSE a ideia de barrar a monetização de canais com conteúdo político, o que atingiu aliados do presidente. “A prática visa, mais do que uma ferramenta de uso político-ideológico, um meio para obtenção de lucro, a partir de sistemas de monetização oferecidos pelas plataformas de redes sociais. Transforma rapidamente ideologia em mercadoria, levando os disseminadores a estimular a polarização e o acirramento do debate para manter o fluxo de dinheiro pelo número de visualizações”, disse a PF em relatório enviado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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Governo na mira

A PF no Distrito Federal é ainda a responsável pela Operação Pés de Barros, que investiga supostas fraudes na aquisição de medicamentos de alto custo pelo Ministério da Saúde, entre maio 2016 e abril de 2018. Neste período, a pasta teve como chefe o atual líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (Progressistas-PR), no governo Michel Temer.

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Dois ex-diretores do Departamento de Logística (DLOG) do Ministério da Saúde empregados posteriormente no governo Jair Bolsonaro foram alvos da ofensiva, aberta no último dia 21.

Outra investigação conduzida pela superintendência no DF que causou desconforto ao Palácio do Planalto foi a que mirou no ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles. A operação que fez buscas contra o aliado do presidente Jair Bolsonaro foi deflagrada dias após Correia assumir a chefia da superintendência.

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No âmbito de tal apuração – cuja fase ostensiva foi batizada como Akuanduba – a PF apontou “fortes indícios” do envolvimento de Salles com um possível esquema de corrupção para exportação ilegal de madeira, além de citar “operações suspeitas” envolvendo o escritório de advocacia do ex-ministro.

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