Planalto pressionou para que homem da mala recebesse tornozeleira com urgência
Um ofício da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária de Goiás mostra que, ao contrário do que afirma o ministro da Justiça, Torquato Jardim, o Planalto pressionou para que Rodrigo Rocha Loures, o homem da mala de Michel Temer, recebesse rapidamente uma tornozeleira eletrônica e, assim, deixasse a cadeira; o documento mostra que a tornozeleira de Loures foi cedida após uma solicitação "emergencial" do Departamento Penitenciário Nacional
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247 - Ao contrário do que diz o ministro da Justiça, Torquato Jardim, sobre a tornozeleira eletrônica usada pelo "deputado da mala", o secretário de Segurança Pública e Administração Penitenciária de Goiás, Ricardo Balestreri, escreveu em um documento do último dia 14 que a tornozeleira foi cedida pelo governo de Goiás "em vista de um pedido do Depen/MJ".
Segundo o secretário, a solicitação do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) foi para que o fornecimento do dispositivo ocorresse de maneira "emergencial". Em entrevista coletiva à imprensa na tarde de ontem, Torquato negou que o pedido do dispositivo a Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor especial do presidente Michel Temer, tenha partido do Depen, órgão vinculado ao Ministério da Justiça.
O empréstimo da tornozeleira garantiu a saída de Loures da prisão em Brasília e, por consequência, esfriou as possibilidades de delação premiada do ex-deputado gravado pela Polícia Federal (PF) com uma mala contendo R$ 500 mil. Segundo denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR), o dinheiro era propina paga pelo grupo JBS e tinha como destino final o presidente da República.
O ofício do secretário de Segurança Pública foi remetido ao Ministério Público de Goiás, que investiga a concessão da tornozeleira ao amigo de Temer. "Esta secretaria, via de seu superintendente de Administração Penitenciária, foi demandada sobre a cessão de uma tornozeleira eletrônica, em vista da inexistência do referido equipamento por parte dos órgãos federal (Depen/MJ) e estadual (Sesipe/DF)", explicou Balestreri. "Esclarecemos que o órgão demandante, Departamento Penitenciário Nacional - Depen/MJ, é o responsável pela gestão do sistema prisional federal e coordenação dos sistemas prisionais dos estados", continuou.
O secretário afirmou ainda no ofício que se pauta pela "cooperação federativa" e que não leva em conta "questões de ordem político-partidária".
As informações são de reportagem de Vinícius Sassine em O Globo.
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