Psol decide denunciar dois deputados do PSL ao conselho de ética por racismo
A decisão foi anunciada pelo deputado Marcelo Freixo (PSol-RJ) e atinge os parlamentares Coronel Tadeu (PSL-SP), que destruiu um quadro com uma charge contra o genocídio da população negra, e Daniel Silveira (PSL-RJ), que afirmou que os negros estão mais presentes no crime
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247 – Na véspera do feriado da Consciência Negra, o deputado Marcelo Freixo anunciou que dois parlamentares do PSL terão que responder ao conselho de ética da Câmara dos Deputados por atitudes racistas tomadas no dia de hoje. Um deles é Coronel Tadeu (PSL-SP), que destruiu um quasdro com uma charge do cartunista Carlos Latuff, que denuncia o genocício da população negra. O outro é Daniel Silveira (PSL-RJ), que defendeu a atitude do colega e disse que os negros estão mais presentes no crime. Confira o tweet de Freixo e saiba mais sobre o caso:
A representação na PGR foi protocolada.
Assinam: Áurea Carolina (PSOL/MG), David Miranda (PSOL/RJ), Edmilson Rodrigues (PSOL/PA), Fernanda Melchionna (PSOL/RS), Glauber Braga (PSOL/RJ), Ivan Valente (PSOL/SP), Luiza Erundina (PSOL/SP), Marcelo Freixo (PSOL/RJ), Sâmia Bomfim (PSOL/SP), Talíria Petrone (PSOL/RJ), Benedita da Silva (PT/SP), Orlando Silva (PCdoB/SP), Ubirajara do Pindaré (PSB/MA) e Jandira Feghali (PCdoB/RJ).
Sputinik – Na véspera da celebração do Dia da Consciência Negra, o deputado federal Coronel Tadeu (PSL-SP) quebrou um quadro em exposição na Câmara com o desenho de um jovem negro assassinado e um policial com uma arma na mão.
A mostra, com duração de um mês, foi aberta nesta terça-feira (19) justamente para marcar a data. Abaixo da charge, de autoria do cartunista Latuff, aparece o título "O genocídio da população negra". A obra também apresentava dados sobre a violência do Estado contra negros.
O parlamentar justificou a atitude afirmando que fez um "protesto em cima do protesto deles", de acordo com matéria publicada no G1. Tadeu disse que a imagem era um "crime contra as instituições". Tadeu quebrou e pisoteou a peça.
A exposição foi montada no túnel que liga o plenário principal da Câmara ao anexo das comissões, espaço tradicionalmente usado para exposições.
“Absurdo! Um deputado acabou de arrancar um quadro da exposição (Re)Existir no Brasil – Trajetórias negras brasileiras, aqui na Casa. O quadro trazia dados sobre a violência de Estado contra negros e pobres. Não adianta quebrar placas! Precisamos de outra política de segurança!”, criticou a deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) pelo Twitter.
A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) afirmou que irá acionar o Conselho de Ética da Câmara pela atitude do parlamentar. Segundo publicado pelo jornal O Globo, os deputados David Miranda (PSOL-RJ), Talíria Petrone, Áurea Carolina (PSOL-MG) e Benedita da Silva (PT-RJ) registraram um boletim de ocorrência contra Tadeu.
Durante a confusão, o parlamentar foi acusado de "racistas" pelos colegas. Tadeu postou em seu Twitter um vídeo do momento em que ele arranca e quebra o quadro.
"Isso aqui não vai ficar na parede, isso aqui é contra a polícia. A polícia está aqui para defender a sociedade. Eu vou queimar esse cartaz que não deveria estar aqui" disse Tadeu no vídeo. Ele ainda afirmou que o "racismo é a coisa mais abominável hoje".
Em carta enviada ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), após o episódio, ele tentou se explicar.
"Há a absurda atribuição da responsabilidade pelo genocídio da população negra aos policiais militares, prestando-se, assim, verdadeiro desserviço junto à população que trafega pelas dependências da Câmara", argumentou.
Segundo o Atlas da Violência 2019, 75,5% das vítimas de homicídios no país em 2017 foram indivíduos negros.
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