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Sudeste

A desigualdade começa na impossibilidade de alguns não poderem se isolar, diz Nabil Bonduki

Urbanista e professor da USP, Nabil Bonduki falou à TV 247 sobre como a desigualdade no estado de São Paulo fica evidente com a pandemia de Covid-19, a começar pela possibilidade de isolamento e pela necessidade do uso de transporte coletivo. “São pessoas que estão no limite da sobrevivência”, disse. Assista

Nabil Bonduki (Foto: Reuters | Divulgação)
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247 - O professor de Arquitetura e Urbanismo da USP Nabil Bonduki conversou com a TV 247 sobre a desigualdade escancarada pela pandemia de Covid-19 no estado de São Paulo. Ele ressaltou que muitas famílias não têm condição de isolamento e criticou a redução da oferta de transporte coletivo em São Paulo.

Pré-candidato a prefeito pelo PT, Bonduki lembrou dos cidadãos que moram em cortiço e que, mesmo se pudessem permanecer isolados em suas moradias, ainda precisariam, por exemplo, dividir um banheiro com várias outras famílias. “A gente tem uma casa, internet, um trabalho. O problema, e aí começa a desigualdade, são aquelas pessoas que não têm condição de se isolar, pessoas que moram, por exemplo, em um cômodo de cortiço. Imagina uma família morar em um cômodo e ficar isolada em outro cômodo e, mesmo assim, tendo que frequentar um banheiro coletivo. 27% dos paulistanos dormem em cômodos com três ou mais pessoas, são quase 3 milhões de pessoas. Temos 250 mil pessoas que dormem em 5 ou mais pessoas em dormitório, qualquer cômodo utilizado para dormir dentro de uma casa. Esses dados são de 2010”. 

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Nabil Bonduki disse que essas pessoas estão “no limite da sobrevivência”. “Essas pessoas estão em uma condição de fazer isolamento muito difícil, não têm acesso à internet, não têm TV a cabo, são pessoas que estão no limite da sobrevivência e o trabalho que realizam é o trabalho que é fora de casa”.

O professor criticou a redução de 60% da oferta de transporte público na capital paulista enquanto o número de passageiros caía 70%, o que, na prática, significa manter o mesmo nível de aglomeração em metrôs, trens e ônibus. Ele afirmou que, no quesito transporte, “a questão econômica entrou na frente da questão da vida”. “Aí vamos para outra questão da desigualdade: o transporte coletivo. Eles reduziram em 60% a quantidade de ônibus, pelos dados da prefeitura a redução da quantidade do número de passageiros era em torno de 70%. Veja, quando você reduz 60% (da oferta de ônibus) e reduziu 70% dos passageiros, praticamente, a aglomeração dentro do ônibus continua mais ou menos igual. Na situação da pandemia essa porcentagem das pessoas, em torno de 45% ou 50%, que não estão fazendo isolamento, algumas não estão porque não podem, porque trabalham em hospital, em supermercado, esses não fazem isolamento. Tem outros que podem fazer o isolamento, mas não estão fazendo. Então quem tem carro pode sair de casa, entrar no carro e ir para o lugar que trabalha, sem enfrentar uma aglomeração. Aquele que precisa pegar ônibus e metrô, se a prefeitura e o estado tivessem mantido a mesma frota anterior, a aglomeração ia cair 50% ou até um pouco mais. Reduziram porque a questão econômica entrou na frente da questão da vida”.

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