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Sudeste

Caminhada marca dez anos da Chacina da Baixada

Parentes de vítimas e militantes de direitos humanos fizeram uma caminhada pela Rodovia Presidente Dutra até a Rua Gama, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, para marcar os dez anos dos assassinatos em massa que ficaram conhecidos como Chacina da Baixada; na noite do dia 31 de março de 2005, um grupo de PMs descontente com a troca de comando no batalhão, após uma reunião em um bar, saiu atirando em inocentes em Nova Iguaçu e em Queimados, matando 29 pessoas

Parentes de vítimas e militantes de direitos humanos fizeram uma caminhada pela Rodovia Presidente Dutra até a Rua Gama, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, para marcar os dez anos dos assassinatos em massa que ficaram conhecidos como Chacina da Baixada; na noite do dia 31 de março de 2005, um grupo de PMs descontente com a troca de comando no batalhão, após uma reunião em um bar, saiu atirando em inocentes em Nova Iguaçu e em Queimados, matando 29 pessoas (Foto: Leonardo Lucena)
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Akemi Nitahara – Repórter da Agência Brasil

Parentes de vítimas e militantes de direitos humanos fizeram na tarde desta terça-feira (31) uma caminhada pela Rodovia Presidente Dutra até a Rua Gama, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, para marcar os dez anos dos assassinatos em massa que ficaram conhecidos como Chacina da Baixada.

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Na noite do dia 31 de março de 2005, um grupo de policiais militares descontente com a troca de comando no batalhão, após uma reunião em um bar, saiu atirando em inocentes em Nova Iguaçu e em Queimados, matando 29 pessoas.

Cinco policiais foram condenados: Fabiano Gonçalves Lopes, por formação de quadrilha, cumpriu pena de sete anos e agora está livre; José Augusto Moreira Felipe, Carlos Jorge Carvalho, Júlio César Amaral de Paula e Marcos Siqueira Costa foram condenados por homicídio qualificado com penas que variam de 480 anos a 559 anos de prisão. Todos estão presos no Complexo Penitenciário de Bangu.

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A caminhada é organizada todos os anos por Luciene Silva, mãe de Raphael, de 17 anos, um dos mortos na chacina. Segundo ela, mais do que marcar a data do massacre, o objetivo do ato é cobrar mais segurança para a região, que continua sofrendo com a violência.

“Jovens e jovens morrendo na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. Homens, mulheres, trabalhadores, nas favelas, nas comunidades, nas periferias. E a gente está aqui para marcar a nossa indignação, pelo que ainda está acontecendo, e usando o fato do que aconteceu aqui dez anos atrás para fazer essa mobilização, esse protesto”, disse.

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De acordo com Luciene, os culpados pela chacina de 2005 foram condenados, mas pouca coisa mudou em relação à violência e à falta de ações para esclarecer os assassinatos que continuam acontecendo. “Estamos pedindo que o Poder Público tenha um olhar diferente para a Baixada [Fluminense]. Pedindo que eles tenham um empenho nas investigações, como tiveram na época da chacina. A violência continua muito grande, de uma maneira descontrolada”, disse.

“Atualmente eles matam dois aqui, um ali, e a gente não pode se conformar com essa situação. É a nossa juventude que está morrendo, são famílias e mais famílias que estão sofrendo”, acrescentou.

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O presidente da organização não governamental (ONG) ComCausa, Alexandre Paiva, que ajuda na organização da caminhada e desde a chacina oferece aos parentes das vítimas apoio jurídico e assistência social, declarou que a violência na Baixada Fluminense diminuiu logo após a chacina, porém voltou a crescer nos últimos anos.

“Nos primeiros anos, de 2005 a 2007, houve uma redução no número de homicídios. Mas, de 2009 para cá, o número de homicídios voltou aos mesmos níveis de 2005. Está bem semelhante ao número de mortes de qualquer tipo de guerra. A gente não tem esses moldes de chacina, mas se a gente for pegar os números, no mês passado, foram 50 mortes aqui, na região do 20º Batalhão, que é Mesquita, Nova Iguaçu e os municípios vizinhos. Então, a gente percebe que está havendo uma chacina por mês”.

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Alexandra defende uma mudança na estrutura da Polícia Militar e da Polícia Civil, com uma política de segurança pública e direitos humanos voltada para a Baixada Fluminense. “Precisa de uma reestruturação total, uma análise séria, observar os números de verdade. Essa estatística nós temos dos próprios órgãos públicos. Ano passado foram 60 mortes para 100 mil habitantes. Coincidentemente ou não, a partir do momento da ocupação das comunidades pacificadas no Rio de Janeiro, houve o aumento da violência aqui na baixada. A gente percebe uma migração, com crimes que não aconteciam antes, vinculados diretamente ao tráfico de drogas, por exemplo”.

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