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Sudeste

"Madrugada de pânico e terror", relata turista que teve casa inundada na tragédia de São Sebastião

A costureira Fernanda Anacleto e seu grupo de 19 familiares e amigos, incluindo um bebê de seis meses, ficaram ilhados por horas em Boiçucanga até serem socorridos por vizinhos

A costureira autônoma Fernanda Anacleto e a enchente em Boiçucanga (Foto: Reprodução / Arquivo pessoal)
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Por Camila França e Guilherme Paladino, 247 - Após uma semana da tragédia no litoral norte do estado de São Paulo, que causou 54 mortes até o momento, novas histórias de pessoas afetadas pelas chuvas começam a surgir. A costureira Fernanda Anacleto é uma das sobreviventes da enchente na região da praia de Boiçucanga, em São Sebastião, onde relata ter vivido "momentos de pânico e terror" na madrugada de domingo (19).

Natural de Birigui, no interior de São Paulo, Fernanda havia alugado uma casa no litoral com familiares e amigos para passar o feriado de Carnaval. O grupo de 20 pessoas (sendo 16 adultos, três crianças e um bebê de seis meses) partiu na noite de sexta-feira (17) rumo à praia de Boiçucanga, onde puderam aproveitar durante a manhã de sábado (18) sem imaginar o que ocorreria nas próximas horas.

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Foi durante a madrugada de domingo que o passeio do grupo mudou de rumo:  "na noite de sábado para domingo, acordamos com a casa já inundando", relatou a costureira em entrevista ao Brasil 247. "A gente viveu momentos de pânico, de terror, deu muito medo porque a gente não sabia o que estava acontecendo".

"A gente não sabia do que estava acontecendo, a água começou a subir muito rápido, chegou a passar do joelho da gente, e assim, é assustador, porque tínhamos 16 adultos com quatro crianças, sendo que uma das crianças era um bebê de seis meses. Não tinha como correr para a frente da casa, eu saí da casa porque a correnteza estava muito forte, foi bem tenso". Confira imagens no vídeo abaixo:

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A costureira disse que, de início, o grupo acreditava ser apenas uma inundação da piscina instalada ao lado da casa, devido às fortes chuvas. Não passava pela cabeça de nenhum dos presentes que a inundação tomaria proporções muito maiores na região. "Depois, percebemos que foi o rio atrás da casa que a alagou", contou.

"Os carros ficaram todos inundados, a casa toda com lama, com água, a roupa da gente molhou tudo, os celulares descarregaram porque a gente precisou usar a lanterna durante a noite... no outro dia, quando a gente tentou usar os celulares, a rede não estava mais completando as ligações e a água só tinha o que estava ali na caixa e o que a gente tinha comprado. Foi uma situação bem complicada", relatou a turista.

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Em tal situação de desespero, o grupo contou com a solidariedade de outros turistas que estavam instalados em uma casa vizinha, em um terreno em nível superior e que não foi afetado pelas enchentes, para passar os dias seguintes. "Essa outra turma estava numa casa ali próxima e a abriu para nos acolher. A gente ficou em um total de 34 pessoas em uma casa, e foi graças a essa solidariedade que a gente conseguiu enfrentar esses quatro dias juntos. Todos nós estamos bem, conseguimos sair dessa situação, mas a solidariedade foi o que mais nos ajudou naquele momento".

O grupo foi acolhido desde domingo de manhã até o dia de quarta-feira (22) pelos solidários vizinhos, que dividiram não só a casa, mas a água e a comida que tinham à disposição durante todo o período.

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A costureira ainda revelou que, no único contato que seu grupo tinha conseguido com os bombeiros, nada pôde ser feito: "ligamos para o corpo de bombeiros duas vezes: a primeira vez ficamos aguardando, e quando foi na segunda eles nos alertaram que estávamos ilhados então não teria como chegarem até nós de imediato".

"Eu não sei o que seria da gente se a outra turma de turistas não tivesse tido a solidariedade de abrir a casa deles e nos acolher. Teríamos visto tudo aquilo acontecendo (a inundação), sem ter onde ficar, sem ter água, comida, celulares parando de funcionar", completou.

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