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Sudeste

Polícia Militar de São Paulo agride pais de jovem que fugiu de abordagem

“Ele teve medo porque já foi agredido em abordagem”, diz irmã da vítima, que denunciou o caso e chegou a sofrer intimidação de um agente no Facebook

Homem agredido pela Polícia Militar (Foto: Ponte Jornalismo)
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Ponte Jornalismo - Uma família de Sorocaba, a 87 quilômetros de São Paulo, denuncia ter sido agredida por policiais militares no domingo passado (12/7) no Jardim Ipiranga, periferia da cidade. A violência teria acontecido quando um jovem tentou fugir de uma abordagem policial por medo.

Eram por volta de 23h40 quando os policiais chegaram ao bairro. Segundo uma jovem, que pediu para não se identificar por temer retaliações, os PMs já chegaram abordando as pessoas. Nesta hora, seu irmão correu.

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À Ponte, ela conta que a ação já começou com violência. “Meu irmão correu com medo, porque ele já foi agredido em abordagens. Os PMs agridem fisicamente e também torturam psicologicamente”, diz.

Ela relatou que o jovem de 18 anos estava ao lado da casa em que mora no momento da ação. Os seus pais estavam perto, mas os PMs não quiseram saber.

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“Eles já vieram super revoltados. Minha mãe e meu pai tentaram entender o porquê queriam pegar meu irmão, mas eles não explicaram nada. Vieram batendo, agrediram muito meu pai sem ele ter feito nada”, conta.

Vídeos enviados para a Ponte mostram parte da ação policial. Em um deles, os PMs dão sinal de parada para um motorista e, com a demora, começam a bater em seu carro. “Abaixa o vidro, filho da puta. Caralho! Está louco?! Desce! Para o chão!”, gritam os policiais.

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Outra imagem mostra pessoas fugindo de um espaço, aparentemente uma praça, e o som de bombas ao fundo. Cenas próximas à casa da família já mostram os policiais agredindo as pessoas. O vídeo é curto porque é interrompido quando um dos PMs pega o celular da pessoa que registra a ação.

O pai dos jovens, um homem de 38 anos, ficou com marcas das agressões na lateral do corpo. “Deram socos, chutes e golpes de cassetetes”, detalha a mulher. “Machucaram a boca do meu pai por dentro. Ele ficou com dificuldade para comer por uns dias”, detalha.

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Levado para a Delegacia Geral de Polícia de Sorocaba, o jovem assinou termo circunstanciado (um registro de ocorrência para delitos menos graves) de resistência à prisão e desacato, e foi liberado.

Ameaças de PM da Rota

Poucas horas após a abordagem e agressão, a jovem denunciou a ação em uma postagem no Facebook. “Viaturas acabaram de levar meu irmão, bateram na minha família inteira. Eles [PMs] estão aqui para defender, não deveriam machucar minha família”, escreveu.

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Na sequência, Guilherme Benassi, que se identifica na rede social como tenente da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), a tropa mais letal da PM paulista, respondeu a publicação com uma ameaça. “Vou encaminhar sua postagem ao comando da Secretaria da Segurança […] Caso seja calúnia, a senhora será processada judicialmente”, escreveu.

Segundo o PM, ele mesmo faria “questão de abrir o indiciamento processual”. “Vou pedir o indiciamento da senhora para que prove com imagens essas agressões que citou acima e assim terá seus direitos acatados”, disse.

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Por fim, o ativista de direitos humanos Darlan Mendes, que foi procurado pela família da vítima para ajudar no encaminhamento do caso, respondeu o PM informando que o caso já foi encaminhado à Ouvidoria da Polícia e que o ouvidor Elizeu Lopes solicitou a abertura de investigação pela Corregedoria da PM.

A Ponte questionou a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, liderada pelo general João Camilo Pires de Campos neste governo de João Doria (PSDB), sobre a ação policial em Sorocaba. Em resposta ao e-mail enviado, a pasta informou que não sabe de qualquer ocorrência no local e horário informado e solicitou “mais informações” para poder apurar.

A reportagem formalizou um pedido de entrevista com o PM Guilherme Benassi via assessoria de imprensa, mas não houve retorno. A Ponte também tentou contatá-lo via redes sociais, mas não encontrou mais o perfil indicado como sendo de Guilherme.

A Ponte também procurou o ouvidor Elizeu Soares Lopes para comentar o caso, mas, até a publicação, não havia um retorno.

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