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Sudeste

TÜV SÜD deixa de realizar certificação de barragens após crime-catástrofe da Vale

A alemã TÜV SÜD decidiu deixar o negócio de certificações sobre a segurança de barragens após o rompimento mortal de uma estrutura da mineradora Vale que matou mais de 240 pessoas em 25 janeiro, disse à Reuters o presidente-executivo da empresa

Fraudes e erros tiram 33 da lista de desaparecidos de Brumadinho (Foto: Washington Alves - Reuters)
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MUNIQUE (Reuters) - A alemã TÜV SÜD decidiu deixar o negócio de certificações sobre a segurança de barragens após o rompimento mortal de uma estrutura da mineradora Vale que matou mais de 240 pessoas em 25 janeiro, disse à Reuters o presidente-executivo da empresa.

O colapso da barragem da Vale liberou uma onda de rejeitos de minério de ferro, que atingiu mata, rios e comunidades em Brumadinho, Minas Gerais, apenas quatro meses após a TÜV SÜD ter garantido a segurança da estrutura.

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“Até agora ninguém sabe a causa do acidente. E não sabemos em particular o que aconteceu entre setembro de 2018 e janeiro de 2019 - se, por exemplo, equipamentos pesados estavam sendo operados nas proximidades ou se houve detonações”, disse Axel Stepken, em uma entrevista.

O relatório de segurança de setembro de 2018 da TÜV SÜD havia alertado contra a operação de equipamentos pesados sobre a estrutura, que havia sido levantada de uma altura original de 18 metros para 86 metros.

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“A operadora é responsável pela segurança, e essa é a Vale”, disse Stepken, acrescentando que a Vale não buscou indenização da TÜV SÜD.

Em junho, a Vale informou que realizou duas detonações de explosivos na região da barragem, mas disse que elas ocorreram após o rompimento e já estavam programadas, tendo sido mantidas por medida de segurança. A informação veio à tona após depoimentos de funcionários à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais sobre a realização de explosões.

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Um comitê do Senado pediu que o diretor financeiro e o ex-diretor presidente da Vale, além de outros executivos, fossem indiciados por homicídio com dolo eventual pelo desastre. Também pediu que a TÜV SÜD e a Vale fossem indiciadas.

Em maio, um tribunal brasileiro também congelou 60 milhões de reais (15 milhões de dólares) em ativos da TÜV SÜD para ajudar a pagar reparações às famílias afetadas.

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A TÜV SÜD estimou um gasto de cerca de 75 milhões de euros em custos legais e outros relacionados ao desastre, de acordo com seu relatório anual.

A TÜV SÜD é uma das várias empresas independentes da TÜV que realizam uma série de inspeções industriais, incluindo em dutos e usinas de energia.

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O desastre brasileiro não prejudicou a entrada de pedidos da TÜV SÜD, com as receitas de outros negócios permanecendo no mesmo nível de um ano antes, disse Stepken.

A barragem de Brumadinho que se rompeu foi construída pelo método de alteamento a montante, quando as paredes da estrutura são construídas sobre uma base de resíduos, em vez de em material externo ou em terra firme.

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Barragens com esse tipo de tecnologia são consideradas mais perigosas, pois são mais suscetíveis a infiltrações sob a estrutura, o que autoridades acreditam que possa ter acontecido em Brumadinho.

Chile, Peru e outros países propensos a terremotos proibiram barragens a montante. O Brasil também proibiu, após o desastre da Vale, programando um cronograma para que as estruturas existentes saiam de operação e sejam totalmente eliminadas até 2027.

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