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Gazeta do Povo já discute sucessão de Beto Richa, após impeachment

Jornalista Carlos Nascimento, um dos principais colunistas da Gazeta do Povo, maior jornal de Curitiba, afirma que a vice-governadora Cida Borghetti, do Pros, está "pronta para assumir", caso o governador tucano Beto Richa venha a cair em meio a um processo de impeachment; queda de Richa já é discutida com naturalidade nos meios políticos paranaenses, desde a eclosão da Operação Voldemort, do Gaeco, que prendeu seu parente Luiz Abi Antoun, acusado de fazer caixa de campanha para o político tucano

Jornalista Carlos Nascimento, um dos principais colunistas da Gazeta do Povo, maior jornal de Curitiba, afirma que a vice-governadora Cida Borghetti, do Pros, está "pronta para assumir", caso o governador tucano Beto Richa venha a cair em meio a um processo de impeachment; queda de Richa já é discutida com naturalidade nos meios políticos paranaenses, desde a eclosão da Operação Voldemort, do Gaeco, que prendeu seu parente Luiz Abi Antoun, acusado de fazer caixa de campanha para o político tucano (Foto: Leonardo Attuch)
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Do blog do Esmael - O jornalista Celso Nascimento, colunista do jornal Gazeta do Povo, na edição desta quinta-feira (2), vê a vice-governadora Cida Borghetti (PROS) ocupando o vácuo deixado pelo governador Beto Richa (PSDB), que tem se ausentado das grandes questões administrativas em virtude da crise moral e política que atravessa.

Na análise do colunista, a vice, que é mulher do deputado Ricardo Barros (PP), “está pronta” para assumir o cargo caso haja impedimento do titular tucano.

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O bordão “ele está pronto” era usado à exaustão, em 2012, pelo Anão do prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), que atropelou Ratinho Júnior (PSC) naquele segundo turno na capital. Será que a história vai se repetir no estado e Ratinho engolido por antecipação na sucessão de Richa?

“É ao gabinete dela, situado na ala esquerda do Palácio Iguaçu, que agora acorrem os que precisam tratar de assuntos importantes para o estado”, anota Nascimento.

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O jornalista observa que Beto Richa é um homem que “encolheu” diante das denúncias de corrupção envolvendo seu primo, Luiz Abi Antoun, que esteve preso uma semana. O parente do tucano é apontado pelo Gaeco como “chefe da quadrilha” que atuava no governo do estado.

Celso Nascimento relata que Cida Borghetti já governa de fato o Paraná:

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“Ainda nesta semana, ela recebeu para despacho vários secretários – dentre eles o próprio irmão do governador, o secretário de Infraestrutura Pepe Richa, e o chefe da Casa Civil, Eduardo Sciarra. Agenda sempre cheia. Cida também viaja a Brasília para negociar projetos e recursos federais; preside reuniões com bancos internacionais; atende prefeitos e deputados; diretores de estatais; toma decisões”.

Abaixo, leia a íntegra da coluna de Celso Nascimento:

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O incrível homem que encolheu

Segundo a Física, vácuo é “a ausência de matéria em uma certa região do espaço”. A ciência também ensina que não há vácuo que subsista por muito tempo: havendo chance, ele será sempre preenchido. É bem possível que o Paraná esteja vivendo esta situação. Como repentinamente se produziu um vácuo político e administrativo no poder central, já se nota que alguns que gravitavam em torno dele tratam de ocupar espaços que liturgicamente não deveriam.

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É o caso, por exemplo, da vice-governadora Cida Borgheti. Como dizia aquele famoso bordão do humorista Jô Soares, “vice não fala”. Cida, porém, passou não só a falar como também a agir. Ou seja, ela está naturalmente ocupando o vácuo.

A vacuidade não é coisa nova. Um parente próximo do governador (cunhado é parente?) até já postou nas redes sociais que o verdadeiro governador do Paraná nunca foi Beto Richa, mas o primo distante Luiz Abi Antoun. Era ele, Abi, que mandava e desmandava no governo, afirmou publicamente o irmão da primeira-dama dias antes de Abi ser preso e afastado das rodas palacianas.

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O vácuo de poder, no entanto, se acentuou após as grandes manifestações de fevereiro, quando professores e outras categorias do funcionalismo ocuparam o Centro Cívico. O governador deixou de comparecer ao Palácio e se enfurnou no Chapéu Pensador – um “gabinete” eventual montado em meio à mata num terreno da Copel no Bigorrilho.

Neste período, Richa evitava a imprensa, não comparecia a atos públicos, não viajava. Preferia assistir pela televisão espetáculos tão patéticos quanto o de ver deputados aliados embarcados num camburão ofertado pelo secretário da Segurança para serem levados à Assembleia. Os projetos que Beto queria ver aprovados não puderam nem sequer ser votados: os deputados não se encorajaram a enfrentar a turba que invadiu a Casa e que ameaçava até a incolumidade física das excelências.

O jeito era recuar. Em vez de tratoraço, optou-se pela negociação democrática dos polêmicos projetos que seriam postos goela abaixo. Encolhido, porém, o governador delegou o poder de negociar questões fundamentais do estado a secretários e deputados. Ele próprio teve pouca ou nenhuma participação.

O encolhimento se agravou com a descoberta de que o primo distante, o companheiro de corridas automobilísticas e vários funcionários graduados da Receita Estadual estavam todos metidos (e alguns presos) em lucrativas atividades privadas em detrimento das públicas. Vez por outra Beto é abordado pela imprensa – com cada vez menor poder de convencimento. Enquanto isso, secretários pedem demissão, deputados proclamam independência, a agenda se esvazia.

São sintomas claros do tamanho do vácuo, mas ao mesmo tempo gradativamente preenchido por pessoas que, por tradição e dever de ofício, nunca foram além de papéis protocolares.

É o caso da vice Cida Borgheti. É ao gabinete dela, situado na ala esquerda do Palácio Iguaçu, que agora acorrem os que precisam tratar de assuntos importantes para o estado. Ainda nesta semana, ela recebeu para despacho vários secretários – dentre eles o próprio irmão do governador, o secretário de Infraestrutura Pepe Richa, e o chefe da Casa Civil, Eduardo Sciarra. Agenda sempre cheia. Cida também viaja a Brasília para negociar projetos e recursos federais; preside reuniões com bancos internacionais; atende prefeitos e deputados; diretores de estatais; toma decisões.

Tudo porque, na amplidão da ala direita do Palácio, fez-se o vácuo. Incrivelmente, o governador encolheu.

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