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Sul

Gleisi: Braço para a aplicação do golpe foi a grande mídia

Em debate sobre a liberdade de imprensa, ao lado de blogueiros e ativistas digitais, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), nova presidente do PT, afirmou que "o braço para a aplicação do golpe foi a grande mídia, a concentração, o monopólio econômico da imprensa"

Em debate sobre a liberdade de imprensa, ao lado de blogueiros e ativistas digitais, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), nova presidente do PT, afirmou que "o braço para a aplicação do golpe foi a grande mídia, a concentração, o monopólio econômico da imprensa" (Foto: Gisele Federicce)
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Da Rede Brasil Atual - "Vemos que o braço para a aplicação do golpe foi a grande mídia, a concentração, o monopólio econômico da imprensa", afirmou a senadora e presidenta do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, durante o 3º Encontro Estadual de [email protected] e Ativistas Digitais de São Paulo. "A estrutura de telecomunicações do Brasil vem do tempo da ditadura (1964-1965)", disse Gleisi. O debate se realizou na sede do Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé, no centro de São Paulo, na noite desta sexta-feira (9). 

Gleisi esteve ao lado da deputada federal Luciana Santos (PCdoB-PE), da jornalista Maria Inês Nassif e do presidente do Barão de Itararé, Altamiro Borges. "Durante a ditadura foram criados os grandes oligopólios da informação, justamente para ajudar na censura, na sustentação ideológica do regime deles. Com isso, as concessões foram distribuídas para poucos grupos. Ali, a Globo começa a desenvolver o seu poder. Ali, começa um processo de verticalização e oligopolização da mídia", completou.

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Gleisi ressaltou a necessidade de regulamentação da mídia para a manutenção sadia da democracia. "Nossas leis não regulam a mídia pelo interesse público, e sim pelo privado. É flagrante delito contra a democracia. O direito à informação é fundamental, o cidadão privado de informação é um não-cidadão", disse. Para a presidenta do PT, sem pluralidade de visões na mídia, "há censura. Censura corporativa e privada, onde empresas privam a população de informação".

A presidenta do PT citou exemplos de economias desenvolvidas que possuem uma mídia regulamentada. "Mesmo nos Estados Unidos, eles regulam economicamente a mídia a fim de evitar oligopólios. Aqui isso já seria um grande avanço. Na Europa temos algo ainda maior, a ênfase em assegurar a qualidade para que a informação seja distribuída pelo interesse público e em defesa da cidadania", defendeu.

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Altamiro Borges também relaciona a influência econômica e o monopólio da informação com problemas na democracia, citando o atual governo de Michel Temer (PMDB) e sua relação com a mídia. "Neoliberalismo não combina com democracia. Para aplicar um projeto derrotado quatro vezes nas urnas, para aplicar o desmonte do Estado, da nação, eles tiveram que ser autoritários (...) A primeira medida do governo foi 'pau' na cultura e pau na Empresa Brasileira de Telecomunicações (EBC). Na verdade, começou com 'pau' nos blogueiros. Na semana do encontro nacional de blogueiros, Temer suspendeu os patrocínios", disse.

"Eles vêm para cima. Esse autoritarismo se reflete na convocação de Exército para manifestações, em policiais matando gente, matando trabalhadores rurais. Esse governo não tem nada de republicano. Uma das formas de asfixia das vozes é a questão financeira. Tiram merrecas de publicidade para vozes importantes para a pluralidade de ideias", afirmou, ao citar as condições precárias de centros alternativos de mídia após a ascensão de Temer.

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"Peço, para quem defende a liberdade de expressão, assinem esses meios. Estão asfixiando as vozes diferentes, enquanto aumentam em 470% a publicidade para a revista Veja. Estamos em um período sombrio de retrocessos na liberdade de imprensa. Se tivermos o fim de revistas como a Carta Capital e a Caros Amigos, isso seria uma desgraça para a luta democrática no Brasil", completou.

Autocríticas

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A deputada Luciana Santos refletiu sobre quais fatores levaram à queda dos ciclos de governos com projetos populares no país. "Vivemos uma radicalização da luta política ideológica que teve ponto de inflexão nas manifestações de junho de 2013. Precisamos aprofundar nessa questão. Um fenômeno desorganizado, difuso. Essa crise foi disputada a ferro e fogo por correntes da opinião pública, especialmente pela imprensa (...) eles se unificaram em um ambiente de recessão inspirado por um contexto assegurado pela mídia", disse.

A jornalista Maria Inês Nassif aprofundou a reflexão e partiu para a autocrítica das correntes progressistas. "O momento atual nos remete à pergunta de onde erramos. Nós, com o compromisso de visão real da verdade e do que aconteceu neste período de golpe sob pretextos mentirosos e manipulados pela mídia temos que pensar nisso", disse. Para Maria Inês, o ponto central está na visão de leniência com setores corporativos da imprensa.

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"Isso começa pela confusão de que vitórias em eleições trazem hegemonia. Nunca fomos hegemônicos em instituições como a mídia. Ela foi a verdadeira oposição. Veja, o PSDB não é de nada. O partido que rivalizou com o PT se desfez como água. A incursão deste partido para a direita já demonstrava que ele não teria nenhum peso a não ser que se tornasse a representação da elite tradicional brasileira. A posição das esquerdas diante da mídia tradicional era de conformismo, uma convicção de que programas sociais, ganhos das classes menos favorecidas traria o povo para o nosso lado. O Lula mesmo verbalizava isso. A Veja ofendia sua família e ele não dava importância porque ele tinha voto. Mas vimos que isso cola. Que o discurso de anticorrupção da direita, o discurso moral, preenche as insatisfações da população, até mesmo pessoais", completou a jornalista.

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