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Saúde

Em 2020, 76,5% dos casos de tuberculose foram registrados em pessoas com HIV

Em casos de coinfecção, seguir o tratamento contra o vírus da aids é importante para reduzir o risco de morte por tuberculose

Radiografia de pulmão (Foto: Reprodução)
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Alexandre Raith, da Agência Einstein - O Brasil está entre os 30 países que apresentam alta carga de coinfecção entre tuberculose, uma doença que atinge sobretudo os pulmões, e o HIV. A cada ano, são notificados aproximadamente 70 mil casos de tuberculose — em 2020, 76,5% dos novos casos de tuberculose foram testados para HIV. Dessa amostragem, 8,4% já carregavam o vírus causador da aids.

O país registrou 66 819 casos de tuberculose no ano passado, o que equivale a 31,6 por 100 mil habitantes. Isso representa uma queda atípica de 16% em relação ao ano anterior, que contabilizou 37,4 registros por 100 mil brasileiros. Mas acredita-se que essa redução não venha de um maior controle da enfermidade, e sim em decorrência da pandemia de Covid-19. Com a presença do coronavírus, a população teria evitado ir a hospitais e clínicas médicas para realizar exames em geral, inclusive o que detecta a tuberculose. 

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Em comparação com 2019, por exemplo, o ano de 2020 apresentou uma diminuição de 14% no consumo de cartuchos de teste rápido molecular para tuberculose. Os dados estão no Boletim Epidemiológico de Tuberculose, publicado em março de 2021 pelo Ministério da Saúde.

O informe também indica que, em 2011, 65,3% dos novos pacientes com tuberculose foram testados para o HIV. Já em 2019, o percentual subiu para 82,5%. Em 2020, ela caiu para 76,5% — de novo, especula-se que o impacto da pandemia nos diagnósticos tenha gerado essa diminuição. Os estados que apresentaram as maiores proporções de coinfecção TB-HIV foram Distrito Federal, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

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O histórico alto índice de coinfecção tem uma razão. “O HIV é um vírus que debilita o sistema imunológico. Pessoas que vivem com ele têm quase 30 vezes mais chance de sofrer com a tuberculose”, afirma Denise Rossato Silva, integrante da Comissão Científica de Tuberculose da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).

Segundo a especialista, uma a cada três mortes entre pacientes infectados com o HIV é provocada pela tuberculose. Isso a colocaria como a principal causa de óbito nessa população. 

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Daí porque, em casos de coinfecção, o tratamento antirretroviral ganha ainda mais importância. “Ele melhora a resposta imune e está associado com redução de mortalidade”, explica Denise.

Entretanto, o boletim epidemiológico informa que, em 2020, apenas 45,1% dos indivíduos que apresentam essa coinfecção aderiram aos medicamentos contra o HIV durante o tratamento da tuberculose.

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Outro dado marcante do documento diz respeito à questão de gênero. Entre 2011 e 2020, 69% das ocorrências de tuberculose foram registradas em pessoas do sexo masculino. “Essa doença sempre foi mais prevalente em homens, porque os fatores de risco são mais predominantes. Consumo de drogas, abuso de álcool e a própria infecção pelo HIV estão entre eles", conta Silva.

No mesmo período, as pessoas declaradas pretas/pardas foram mais atingidas por essa infecção: em torno de 60% dos casos de tuberculose se concentraram nelas. “Segundo a Organização das Nações Unidas, a população está mais sujeita a piores condições sanitárias, de moradia e de trabalho", conclui Denise.

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A transmissão da tuberculose ocorre por meio da inalação de aerossóis expelidos pelas vias aéreas. Isto é, por partículas lançadas no ar enquanto o indivíduo infectado fala, espirra ou tosse. Locais fechados e com bastante aglomeração são propícios à disseminação da enfermidade. A doença é causada pelo Mycobacterium tuberculosis, ou bacilo de Koch. Além dos pulmões, essa bactéria pode provocar danos no coração, nos ossos, no sistema linfático e em outros órgãos.

Em 2019, 4 532 pessoas morreram em decorrência da tuberculose no Brasil. Isso equivale a 2,2 óbitos por 100 mil habitantes. O índice é similar aos dos dois anos anteriores.

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